Tendo recentemente deixado de ser a empresa de turismo que mais fatura no país para a Decolar.com (R$5,4bi), a CVC confirmou nesta quinta-feira negócio que vinha sendo objeto de comentários no mercado, a compra de 51% do Grupo Rextur Advance, maior consolidadora aérea e uma das maiores agências especializadas em contas corporativas do país, e do Reserva Fácil, sistema criado pela Advance e incorporado ao Grupo quando da fusão das duas consolidadoras. Com a compra, a CVC passa a deter um movimento de mais de R$ 8 bilhões em vendas de produtos e serviços de turismo anualmente.
O negócio custou R$ 228 milhões e avalia o Grupo Duotur em R$ 447 milhões. Esse valor equivale a 5,6 vezes o seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) projetado para 2014. O valor, de acordo com a CVC, será ajustado com base no Ebitda que a companhia alcançar efetivamente neste ano e no Ebitda de 2013.
Do valor de R$ 228 milhões, R$ 54 milhões serão pagos no fechamento do acordo. O restante será pago em seis parcelas anuais de R$ 29 milhões, corrigidas pela variação dos certificados de depósito interbancários (CDI). A compradora é a própria CVC e não o Grupo Carlyle (acionista majoritário da CVC) como se cogitava inicialmente. Segundo comunicado da CVC, as empresas Rextur Advance e Reserva Fácil continuarão a operar de forma independente, sob o comando do diretor presidente Marcelo Sanovicz.
A operação depende de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O negócio inclui ainda opções de compra e venda para a aquisição dos 49% remanescentes. A opção de compra poderá ser exercida entre 2015 e 2017 e a opção de venda está condicionada ao cumprimento de metas financeiras em 2018, 2019 e 2021.
Com a aquisição, a CVC começará a competir nos segmentos de consolidação e turismo de negócios. Em 2013, o Grupo Duotur obteve R$ 3 bilhões em reservas confirmadas. A CVC, por sua vez, movimentou R$ 4,4 bilhões em reservas confirmadas.
O mercado de turismo é fragmentado e tem potencial de forte expansão. A consultoria Euromonitor estima que, até 2017, o faturamento do mercado de agências crescerá 43,6% em relação a 2013 e atingirá R$ 56 bilhões.
O presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco, disse recentemente que a companhia investirá em 2015 em aquisições e em cem novas lojas. O grupo fechou o terceiro trimestre com 851 pontos de venda.
Comentários