Especialistas discutem tendências do Trade Marketing

Em meio a era digital, profissionais de comunicação provaram, por meio de cases de sucesso, a importância de realizar um bom trabalho no ponto de venda (PDV) e garantiram que o olho no olho ainda tem extrema relevância para fortalecer a estratégia da marca e atrair o consumidor.

Por Lyne Christina Santos - Envida especial Portal Eventos

O assunto foi abordado no comitê Trade Marketing também é Live Marketing, realizado no segundo e último dia do 2º Congresso Brasileiro de Live Marketing, no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista.

“O Trade sempre foi Live, é o que concretiza a estratégia da marca no momento final do sell out (venda). Depois que o consumidor vive a experiência e o produto não está no ponto venda ou se ele teve uma má experiência, enfim, não fecha a cadeia. 70% das decisões de compra acontecem na frente da gôndola”, afirmou a presidente do Comitê de Trade Marketing da Associação de Marketing Promocional (AMPRO), Ana Paula Andrade.

Segundo ela, o papel das agências de Trade Marketing é ajudar os clientes a avaliar quais PDVs têm mais força de um e outro lado e criar soluções adequadas para que os investimentos sejam bem direcionados. “Queremos chegar juntos ao coração do shopper, esse é o objetivo final de todos”. E, atualmente, esse não é um trabalho dos mais simples, conforme apresentou o sócio diretor da Gouveia & Souza, Luiz Marinho em sua palestra sobre o Futuro do Varejo.

Ele mostrou que hoje consumidor está se transformando no maximizer ou satisficer, que não se satisfaz com o que é bom, ele quer o melhor. Isso acontece devido ao excesso de informações disponíveis e à possibilidade de pesquisa. “A força de vendas passa a ter menos efeito que no passado. A estratégia que comanda é a customer centricity, ou: colocar o consumidor no centro. Se antes o negócio era fazer o cliente querer coisas, hoje é fazer coisas que o cliente quer”, disse.

Não é a toa que a empresa Dell, ao voltar ao varejo, apostou suas fichas em grandes ideias para chamar a atenção do consumidor. O retorno às prateleiras se deu devido à queda nas vendas por estarem concentradas somente no on line e no telefone. A companhia percebeu que o público precisava tocar nos produtos. Desde então passou a focar no Trade Marketing e isso já faz quatro anos. Para ter sucesso, a parceria com a agência é fundamental, afirmou a Retrail Trade Marketing Manager da Dell, Carolina Loyo, que trouxe um case de sucesso, resultado de uma sinergia entre cliente e agência. O objetivo era vender um computador dois em um.

“Fizemos uma ação 360, ativamos mídias online, offline, banners gigantes em shoppings, antenas de segurança nas entradas das lojas, sampling nos cinemas com promotoras, e oferecíamos um diferencial no PDV: o comprador ganhava um vale experiência. As opções eram um passeio de balão, salto duplo de paraquedas ou pilotar uma Ferrari. Deu muito resultado,o impacto foi ótimo e o resultado acima do esperado”.

Também mostraram seus pontos de vista o gerente de Marketing da Cisco, Mauricio Portela, o diretor de Marketing da JBS, Marcelo Dias, a gerente de Marketing da FNAC, Mariana Manita e o doutor em marketing pela Fundação Getúlio Vargas e pela ESPN, Henrique de Campos Junior. “A inteligência do Trade tem tudo a ver com o Live Marketing. A indústria já entendeu que a ponta da lança está aqui e que pode vender mais se trabalhar o Trade Marketing de forma correta. Existe um grande casamento entre o que o Trade faz e o Live propõe”, pontuou Portela.

O comitê e a palestra do Luiz Marinho encerraram as atividades do congresso, que trouxe satisfação para o presidente da AMPRO, responsável pela organização do evento. “O Congresso trouxe conteúdos interessantes que vão despertar alguns trabalhos significativos para os próximos dois anos”. O 3º encontro está previsto para 2017.

Com o fim dos debates, foi realizado o 15º AMPRO Globes Awards, com a revelação dos vencedores nacionais da maior premiação do Live Marketing no Brasil.


Fonte: Assessoria