Cities for Everyone discute planejamento das cidades na visão das mulheres

Fortalecer as mulheres no setor de tecnologia também é objetivo do evento realizado em São Paulo.

Você já imaginou como as cidades seriam caso elas fossem projetadas por mulheres e como as tecnologias seriam mais amplas e inclusivas?

Carine Ross

Repensar o planejamento de cidades a partir de uma perspectiva de gênero com o auxílio da tecnologia é o objetivo do evento “Cities for Everyone”, que será realizado no próximo sábado, 11 de fevereiro, em São Paulo. Organizado pela UP[W]IT (Unlocking the Power of Women in Technology) e com patrocínio da CA Technologies, o encontro discutirá, entre outros assuntos, como as tecnologias podem ser pensadas como importantes instrumentos para darem voz às mulheres.



Acreditamos que a criação de experiências e o fortalecimento da comunidade feminina na área são as melhores formas de atrair mulheres para a tecnologia e de manter as que já atuam nesse mercado”, afirma Carine Roos, fundadora da iniciativa UP[W]IT.

Marcel Bakker

Para Marcel Bakker, presidente da CA Technologies, a representatividade feminina em tecnologia precisa aumentar, e o caminho não é fácil. “No entanto, é um percurso que precisa ser realizado. Por isso, valorizamos iniciativas que promovem a diversidade dentro das empresas, afirma. "Além disso, medidas devem ser realizadas diretamente na sociedade para que as mulheres que gostam de tecnologia e estejam aptas a trabalhar na área cheguem aos processos seletivos. Organizações como a UP[W]IT são importantes para isso e a CA tem um grande prazer em associar-se a elas", conclui.

A programação do Cities for Everyone terá início com um painel em formato de aquário (Fishbowl) onde as painelistas e as participantes discutirão sobre os principais desafios enfrentados pelas mulheres no uso dos espaços urbanos.

As painelistas são: Joice Berth, arquiteta e urbanista com atuação em Regularização Fundiária e Direito Urbanístico; Daniely Votto, Gerente de Governança Urbana do WRI Brasil Cidades Sustentáveis; Marina Harkot, membro do Grupo de Trabalho de Gênero do Ciclocidade; e Stella Hiroki, idealizadora do Smart City Talks e doutoranda em Tecnologias da Inteligência e do Design Digital – PUC – SP.

Contando com dinâmica conduzida pelo Coletivo Mola, o evento visa fomentar a criação de ferramentas cívicas inspiradas em iniciativas como a do aplicativo NINA, que possibilita a denúncia, em tempo real, de violência sofrida em transportes públicos, mapeando os casos de assédio em ônibus e outros transportes das cidades, classificando o tipo de crime, tempo, rota e ainda possibilita o registro de imagens; ou o Safetipin, app que permite mapear, de forma colaborativa, as áreas mais seguras e inseguras da cidade.

Com base nos desafios levantados no painel, serão co-criadas soluções para as cidades utilizando metodologias de design thinking. O evento contará com makers, arquitetas, urbanistas, designers, engenheiras e especialistas no tema smart-cities. O propósito é que, ao final do evento, as soluções pensadas se tornem um "banco de ideias" para quem está pensando no desenvolvimento sustentável de cidades, podendo ser aprimorado e apresentado futuramente para ONGs e empresas que estejam implementando tecnologias para cidades inteligentes.

Devido à grande procura pelo evento, uma parte do workshop será transmitida ao vivo na página do Facebook da UP[W]IT.

As desigualdades de gênero permanecem profundamente enraizadas em toda a sociedade. A maioria das mulheres não possui acesso a trabalho digno e enfrenta desigualdades salariais em relação aos homens. Elas muitas vezes têm acesso negado à educação básica e aos cuidados de saúde”, diz Carine Roos.

Fonte: assessoria