Palestra sobre segurança finaliza Fórum Eventos 2014

Especialistas falaram da importância da prevenção, entre eles Mike Falvey, norte-americano responsável pela segurança de um dos maiores estádios dos Estados Unidos.

Para finalizar o Fórum Eventos 2014, especialistas brasileiros e estrangeiros na área de segurança falaram sobre suas experiências na área e quais os aspectos técnicos que devem ser levados em consideração para se fazer um evento seguro, totalmente livre de riscos à integridade humana. Andréa Nakane, que atualmente é titular da Cadeira de Segurança em Eventos, na Universidade Anhembi Morumbi, e autora do livro “Segurança em Eventos – Não dá para ficar sem!”, ressaltou a diferença entre acidente e incidente. “No Brasil precisamos ter ações preventivas e não reativas, quando o pior acontece. Precisamos analisar não só o conforto, acessibilidade, mas trabalhar o bem-estar e, em especial, dar o máximo de atenção às inadequações inaceitáveis envolvendo extintores de incêndios”, disse ela.

Com mais de 25 anos de experiência no setor de segurança pública, Mike Falvey se aposentou como tenente da Polícia de New Jersey onde foi responsável pela investigação de crimes de alto nível. Atualmente gerencia um dos estádios mais importantes dos Estados Unidos, considerado por muitos, o que mais investiu na segurança tecnológica disponível no mercado. O MetLife Stadium, construído em East Rutherford, Nova Jersey, e casa do New York Jets e do New York Giants, na National Football League, onde se realizou em fevereiro o Super Bowl, o mais importante evento esportivo do país. A construção iniciou em 2010 e foi pago com dinheiro privado, no total de US$ 1,6 bilhões. Possui 82 mil assentos e é considerado um dos mais luxuosos do mundo.

Os oficiais da polícia local possuem acesso ao local. Mas a grande preocupação, segundo Mike – ainda mais com os atentados de 11 de Setembro – é exatamente os dias sem eventos. “Nada, nem ninguém, entra sem antes passar por uma inspeção rigorosa e receber a minha autorização. Todos precisam de credencial. Temos dois labradores que farejam pessoas, bolsas e todos os cantos do estádio e quando encontram algo suspeito, ficam sentados, totalmente imóveis”, disse Mike. Mas os cuidados não param por ai. Nos dias de jogos, outros 22 policiais caninos checam o público. 

A SWAT fica responsável pela área de estacionamento para que nenhum carro entre com bombas e, para isto, passam por um raio-X. O FBI, a marinha e o exército também ficam a postos. “Tudo é vistoriado, em terra, ar e água, em uma operação bastante elaborada”, acrescenta Mike. Outros aspectos da segurança são igualmente minuciosos. É proibido entrar com mochilas; sacos e sacolas precisam ser transparentes. As pessoas que trabalharam no Super Bowl são investigadas. “Nos Estados Unidos existem códigos , leis de construção e alvarás. E a cada jogo, tudo é inspecionado novamente pelo Corpo de Bombeiros”, acrescenta ele.

Igor Pipolo, autor do livro “Segurança de Eventos – Novas Perspectivas e Desafios para Produção”, e colaborador do estudo “Agenda Estratégica de Segurança para Grandes Eventos”, produzida pela FIESP, falou sobre o case Skol Sensation. Na chegada, o público era informado sobre as normas de segurança que iam passando nos telões. “Garçons e toda a equipe técnica precisam saber dar informações, devem ser treinados. É preciso ter roteiro, um planejamento detalhado e alinhado à produção, o passo-a-passo e o controle da execução. “As mudanças vão acontecer, mas nada pode ser feito de improviso. O trabalho é focado em resultados, criando condições adequadas para o controle total de riscos”.