FBHA discute regulamentação do Airbnb com players do setor

A regulamentação das plataformas eletrônicas de hospedagem e as estratégias de atuação das entidades ligadas à hotelaria nacional para conter a concorrência desleal de sites como o Airbnb, que operam com custos infinitamente mais baixos, uma vez que não arcam com impostos por suas atividades, foram pauta de reunião, no dia 21 de fevereiro, do presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, com representantes da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação Brasileira de Resorts (ABR) e do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

O grupo definiu as três primeiras ações conjuntas que serão tomadas em busca de solução para a insegurança jurídica provocada pelo assunto.

1. A primeira providência será o encaminhamento de um documento ao ministro do Turismo, Marx Beltrão, e ao presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, solicitando um posicionamento formal dos órgãos quanto à realização de parcerias ou acordos de cooperação firmados com empresas em situação ilegal no País. Recentemente, as entidades assinaram manifesto apoiando a transferência de recursos do Sebrae para a transformação da Embratur em agência de fomento. “Queremos uma garantia de que não haverá convênios ou apoio a instituições que não estejam regulamentadas”, afirma Sampaio.

2. As entidades também levarão o assunto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), à Secretaria da Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para mostrar que a atividade do Airbnb no País, da forma como vem sendo exercida, causa prejuízos não somente à hotelaria, mas também aos cofres do governo, pois trata-se de uma atividade comercial não-tributada. A locação de imóveis por meio de plataformas como o Airbnb está calcada em um vácuo não alcançado pelo Dimob, a Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias, cuja entrega à Receita Federal é obrigatória para quem faz intermediação de aluguel de imóveis.

3. O grupo realizará audiências com os prefeitos de cinco municípios considerados estratégicos (Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) e, na sequência, encaminhará a pauta junto à Federação Nacional de Prefeitos e à Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-Prefeitos (ANPV)

A regulamentação das plataformas eletrônicas de hospedagem, como o Airbnb, é a pauta da vez para a hotelaria brasileira. Enquanto os meios de hospedagem convencionais arcam com uma das mais altas cargas tributárias do mundo (o somatório de impostos no Brasil beira os 40% do Produto Interno Bruto do País), a locação de imóveis pela plataforma digital internacional está isenta de tributos, gerando diferenças de preços nas diárias que, além de configurarem concorrência desleal, causam prejuízos para os empreendedores e levam à demissões no setor.

Em paralelo, a entidade atua também no Legislativo. Em fevereiro, o gerente jurídico da FBHA, Ricardo Rielo, esteve reunido em Brasília com a senadora Ana Amélia (PP/RS). Na pauta, a necessidade de regulamentar a atividade das plataformas digitais e promover segurança jurídica às empresas formais. A senadora, de saída da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e, consequentemente, da relatoria do Projeto de Lei que atualiza o regime de locação de imóveis para temporada, deverá indicar o senador Antônio Anastasia para o cargo. A intenção da FBHA é a de que a proposição final desta matéria (PLS 748/2015) inclua a necessidade de cadastro do proprietário de imóvel no sistema que legaliza os prestadores de serviços turísticos no Brasil, o Cadastur, do Ministério do Turismo.

Fonte: Assessoria