Sem crise e com criatividade: agências se destacam e recebem o Prêmio Caio em noite de celebração

Eles sentiram a crise, mas superaram. Cresceram pouco, mas inovaram; mesmo com pouca verba foram criativos e mereceram o destaque. O palco do Prêmio Caio ficou repleto de equipes vencedoras em diferentes categorias, que levavam nas mãos os troféus e no rosto o sorriso de satisfação de quem vê o seu trabalho reconhecido.
Vencedores do Prêmio Caio 2016 reunidos no palco para tradicional foto de encerramento da premiação

Assim foi o ano de 2016 e a noite do último dia 13/12 para os finalistas da 17ª edição daquele que é considerado o prêmio mais influente da indústria de Eventos e Turismo. O salão principal do Centro de Convenções do Expo Center Norte ficou pequeno para mais um recorde de participantes, de cases inscritos e, principalmente, de talentos. Foram cerca de quatro horas de emoção e comemoração. Um verdadeiro Oscar do setor.

O idealizador do Prêmio Caio e editor da Revista Eventos, Sérgio Junqueira, não escondia a satisfação de mais um ano de sucesso. Em 2015, seu grito de guerra foi “xô crise” e suas palavras se tornaram realidade. “Nós entendíamos que o mercado de eventos seria pouco afetado pela crise e a prática mostrou que foi o que aconteceu, a maior parte das empresas teve resultados bons. Percebemos que as empresas foram bastante conservadoras mas, para 2017, esperamos um crescimento grande com incremento por parte dos clientes. Podemos ter imprevistos com as intempéries na parte política, mas mesmo com tudo isso, a perspectiva é positiva”, disse Junqueira.

Segundo ele, o Prêmio Caio acompanhou esse comportamento do mercado com recorde de inscrições nos últimos cinco anos. Mesmo com uma mudança nas regras, o resultado superou as expectativas. Ao contrário de edições anteriores, houve um afunilamento no sentido de as empresas não poderem concorrer com o mesmo evento em uma quantidade infinita de categorias.

“Nossa previsão inicial era de que isso acarretaria em uma queda nas inscrições, gerando um corte de 20% nos inscritos. No entanto, tivemos apenas quatro a menos. A nossa ideia com essa alteração era ter critério, ou seja, que as empresas inscrevessem os cases na categoria em que se encaixa melhor, se destaca”, explicou o idealizador do evento ressaltando os trabalhos excelentes apresentados pelas agências. “Foi um ano da realidade do mais com menos, então foi necessário ser mais criativo. Estou muito satisfeito com o setor”.

Depoimentos

Após subir ao palco doze vezes para receber seus jacarés, o sócio-diretor da Alternativa F, Felipe Macedo, teve ainda mais motivos para considerar o Prêmio Caio o xodó da agência. Ao longo de sua trajetória, já são 31 troféus conquistados e muito orgulho do resultado alcançado. “Ano passado foram nove. Nos superamos mais uma vez. O Prêmio Caio foi o primeiro que participamos quando começamos a nos inscrever. Temos um carinho especial, é o nosso preferido, que oferece oportunidades, traz negócios e grande visibilidade dentro do Brasil. Fazemos questão de participar todo ano”, disse.

O segredo para mais conquistas na prateleira e no portfólio em 2016 foi a estratégia de concorrer com mais clientes, aumentando a possibilidade de relacionamento. “Traz mais retorno do que oferecer apenas para um ou dois. Foi o grande diferencial”, apontou Macedo, lembrando que foi um ano de superação, de “colocar o pé na criatividade” e entregar qualidade e excelência para vencer os impactos da crise econômica do País.

“A crise nós sentimos em relação ao que o mercado sentiu. No primeiro semestre com as expectativas pela política, todo mundo colocou os eventos em pausa no que se refere a investimentos, mas a partir do segundo melhorou bastante, fizemos um grande número de eventos e isso deu uma reviravolta na expectativa que não parecia muito boa. Exigiu mais da gente, tivemos que evoluir. O lado bom é que hoje a Alternativa é uma agência melhor”.

Com 10 troféus recebidos nos cinco anos de participação no Prêmio Caio, a D. Mattos foi um dos destaques, sendo finalista em quatro categorias. Antes mesmo de saber a cor dos jacarés que levaria para casa, o diretor executivo da agência, João Matos, já mostrava orgulho de integrar o grupo de vencedores em primeiro, segundo ou terceiro lugar. Durante o coquetel, ele falou da ousadia da empresa, que manteve praticamente o mesmo patamar de crescimento de 2015, mas com um diferencial: investimento em infraestrutura e novos profissionais. O objetivo é estar pronto quando a situação do País melhorar.

“Esse ano foi de cautela em relação ao enxugamento das verbas, mas a D. Mattos teve ousadia, investimos nessa baixa. Somos de Campinas e abrimos uma unidade em São Paulo, investimos em novos sites, na identidade visual da marca, contratamos novos profissionais de cenografia, 3D, novos planners. Inverti a posição. Ano que vem vamos todos para São Paulo. Tivemos novas ideias com a crise, alinhamos outros caminhos, buscamos profissionais mais qualificados. Acreditamos muito no Brasil, em algum momento vai melhorar e quando vir a todo vapor, estaremos preparados”, afirmou Mattos, que tem como diferencial a proximidade com os clientes, garantindo fidelidade. A maioria é atendida há mais de 10 anos. “Todos os fornecedores adoram trabalhar com a D.Mattos e isso me orgulha. Temos uma agência mais personalizada”.

Entre os destaques da noite também esteve a Globo, que levou cinco Jacarés, três de Ouro, um deles em Sustentabilidade, e dois de Prata. Entre os trabalhos premiados estavam o Estúdio Olímpico da Globo, montado no Parque Olímpico do Rio de Janeiro exclusivamente para transmissão das Olimpíadas RIO 2016, e o projeto Verdejando, da Globo São Paulo.


Personalidades e surpresas

Além da premiação das agências e da emissora em categorias como estandes de grande, médio e pequeno porte, marketing de relacionamento, endomarketing, hotelaria, congresso internacional, evento artístico, entre outros, o Prêmio Caio trouxe as Personalidades do Ano de 2016, que concorreram ao Grand Prix.

E não parou por aí. Novidades também despertaram curiosidade e encheram os olhos do público. A criação de troféus com nomes de patrocinadores foi um dos destaques. Bradesco Cartões, Levitatur e Expo Center Norte premiaram diferentes categorias. O sorteio de uma viagem para a África do Sul com acompanhante como cortesia da LATAM chamou atenção.

Mas, o principal ficou para a parte de atendimento. Na entrada do elevador ou da escada rolante, aqueles que se dirigiam ao salão de premiação foram surpreendidos pelo carisma e energia contagiante de jovens portadores de Síndrome de Down. O grupo integra a primeira turma do A.M.E (Atendentes Muito Especiais) projeto iniciado em 2007 e que, agora, vai se tornar uma entidade jurídica. O responsável é o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Marcelo Acquaviva, que observa a iniciativa como mais do que uma inclusão social.

“Considero o aproveitamento de uma força de trabalho, que não estava sendo aproveitada. Na verdade, eles não foram excluídos, mas sim esquecidos de serem incluídos. Estamos descobrindo talentos. Vejo que eles têm uma especialidade muito grande, aptidão para eventos, capacidade de repetição, dedicação”, destacou o presidente da Abeoc, garantindo que já existe um numero grande de interessados nos jovens para os seus eventos.

O objetivo é capacitar 50 a cada seis meses. Porém, não basta treiná-los, é preciso preparar o outro lado também. “É complexo, temos que capacitar os pais, o profissional, o empregador, o coordenador. É um projeto amplo, no qual temos envolvidos médicos, psicólogos, pedagogos, profissionais de eventos, muita gente”.

A mãe de um dos integrantes do A.M.E, Maria Clélia da Silva, acredita que a iniciativa ajuda a acabar com o preconceito. “Onde existem jovens trabalhando com síndrome de down, o ambiente se torna mais humano. A gente acha que estamos ajudando, mas eles que estão ajudando a gente”, afirmou. Seu filho de 24 anos, Alessandro Cerabino Júnior, recebeu um jacaré de ouro pela sua atuação. “Pra ele é muito bom porque normalmente quando pensamos em pessoas com deficiência, pensamos em fazendo trabalhos repetitivos, limitados, mas a limitação está na nossa cabeça”.

A lista completa dos vencedores do Prêmio Caio 2016 já está disponível no site: 

http://www.premiocaio.com.br/premio_lista_vencedores_2016.asp

O Prêmio Caio é a única premiação brasileira que prestigia os 52 segmentos da economia que tem nos eventos seu motor socioeconômico. Realizado pela Eventos Expo Editora, é coordenado por um Conselho Diretor composto pelas entidades mais representativas do setor: Abeoc Brasil, Abih, Abraccef, Academia, Ampro e Unidestinos, e apoiado oficialmente pelas principais entidades representativas dos segmentos de eventos, promoção comercial, live marketing e turismo de negócios: Abbtur, Abetar, ABLA, Abracorp, Abrace, Abrafec, Abrajet, Abrasel, Abremar, ADVB, Anetur, Braztoa, FBHA, Fenactur, FOHB, Fornatur, IFEA Brasil, OBME, Resorts Brasil, Sindepat e Sindiprom.