Eventos e Turismo cresceu 7,4% em 2016, apesar da queda de 1,6% em abril, aponta FecomércioSP

Faturamento do setor de serviços paulistano cai 4,9% em abril, mas o faturamento da atividade de Turismo, Hospedagem, Eventos e Assemelhados registrou queda de 1,6% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado.

No entanto, o resultado acumulado no ano é positivo (alta de 7,4%). Com o dólar alto, as viagens internacionais ficam mais caras, gerando oportunidades para o desenvolvimento do turismo nacional.

Em abril, o faturamento real do setor de serviços na cidade de São Paulo encolheu 4,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado e atingiu os R$ 21,6 bilhões, cerca de R$ 1,1 bilhão a menos do que o alcançado no mesmo período de 2015. O faturamento registrado em abril se aproxima do patamar visto no mesmo mês de 2014, quando o setor faturou R$ 21,5 bilhões. Com relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o recuo foi de 3,8%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), que traz o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico. O município de São Paulo tem grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, representando aproximadamente 20% da receita total gerada no País.

Das 13 atividades que compõem a pesquisa, 11 apresentaram queda de receita em abril no comparativo com o mesmo período de 2015. As maiores retrações foram vistas nas atividades de construção civil (-33,1%); técnico científico (-17,5%); representação (-17%); e mercadologia e comunicação (-10,9%). Todas essas áreas, juntas, impactaram negativamente o resultado geral em 2,7 pontos porcentuais (p.p.). O pior segmento continua sendo construção civil, que contribuiu com -1,4 p.p. para o resultado geral do setor de serviços.

O faturamento da atividade de Turismo, Hospedagem, Eventos e Assemelhados registrou queda de 1,6% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, o resultado acumulado no ano é positivo (alta de 7,4%). Com o dólar alto, as viagens internacionais ficam mais caras, gerando oportunidades para o desenvolvimento do turismo nacional.

As empresas prestadoras de serviços enquadradas no Simples Nacional, por sua vez, registraram queda de 1,6% no faturamento real em abril em relação ao mesmo mês do ano passado, sendo esta a terceira queda consecutiva apurada pela pesquisa no ano. A crise econômica vem impactando diretamente o desempenho da atividade, que é composta por microempresas e empresas de pequeno porte.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o desempenho negativo das atividades do setor de serviços é reflexo da deterioração dos indicadores determinantes do consumo e dos investimentos. As empresas e consumidores vêm reduzindo seus gastos ou adiando a contratação de serviços em decorrência da queda na demanda e do ambiente econômico e político ainda desfavorável.

Já as atividades de saúde (20,7%); e serviços bancários, financeiros e securitários (2,3%) foram as únicas que cresceram em abril, contribuindo com 1,9 p.p. para amenizar o resultado negativo do setor de serviços paulistano.

A Federação reforça que o crescimento do faturamento real do setor de saúde continua motivado pela alta nos preços. Com a inflação e o dólar elevados, os custos de muitas das atividades que dependem de matéria-prima importada acabam sendo impactados e são repassados ao consumidor final. Por se tratarem de serviços de primeira necessidade, a alta dos preços não inibe a demanda na mesma proporção, de forma que se observa um crescimento do faturamento mesmo diante de preços mais altos.

Expectativa

A Entidade afirma que os resultados negativos apurados em abril ainda preocupam. A nova queda do faturamento do setor reflete a deterioração dos indicadores econômicos que impactam diretamente no desempenho de cada uma das atividades, em especial aqueles ligados a emprego, renda e situação financeira das empresas. O câmbio alto também pressionou os custos de algumas das atividades que compõem o setor de serviços.

As alterações políticas em curso e a troca de comando das autoridades econômicas, por outro lado, vêm colaborando para a melhora das expectativas de consumidores e empresários. Porém, a Federação pondera que uma mudança na política econômica do País demanda tempo para se reverter em melhoria efetiva das condições de consumo e investimento, de modo que a retomada da atividade econômica deve ocorrer de forma gradual.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) é o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal e utiliza informações baseadas nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, por meio de um convênio de cooperação técnica firmado com a Prefeitura de São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador conta com uma série histórica desde 2010, permitindo o acompanhamento do setor em uma trajetória de longo prazo.

As atividades foram reunidas em 13 grupos, levando em conta as suas similaridades e a representação no total do que é arrecadado do ISS no município. Por meio dos relatórios gerados, é possível identificar o total do faturamento (real e nominal) por atividade, as variações porcentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior (T-T/12) e mês imediatamente anterior (T-T/1) e o acumulado no ano.