Parque Olímpico: conheça os projetos para espantar os elefantes brancos

Parte da estrutura física do IBC vai para os Jogos de Inverno da Coreia, em 2018, e na Olimpíada de 2020, no Japão. Vigas da Arena do Futuro servirão para escolas

Rio 2016 Parque Olímpico vista aérea

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O Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, será palco da maior parte das competições da Olimpíada, além de abrigar o centro de imprensa. A ideia do local foi aproveitar a estrutura do Panamericano de 2007 (Parque Aquático Maria Lenk e Arena Olímpica do Rio) e construir as outras arenas (iniciativa privada) de modo racional, para que fiquem como legado para o Rio de Janeiro. Por isso, cada esquina do complexo foi planejada e já tem um destino diferente.

Nossa preocupação é com a sustentabilidade, em não deixar "elefantes brancos" - afirmou Tânia Braga, Gerente de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio 2016.

Arena do Futuro

Uma pequena parte da estrutura física, inclusive, vai viajar para longe e ser reutilizada nos Jogos de Inverno da Coreia, em 2018, e na Olimpíada de 2020, no Japão. Caso do material usado na construção do IBC (Centro Internacional de Transmissão – ou International Broadcasting Center, em inglês), área de 79 mil metros quadrados com capacidade para mais de 10 mil pessoas). A parte metálica também vai ajudar na montagem de alojamento para atletas. Já o MPC (Centro Principal de Mídia, ou Main Press Centre, em inglês) vai virar um prédio comercial.

Um dos principais legados para o pós-Olimpíada é na área ambiental. Os 73 mil metros quadrados de área do Parque estão sendo revitalizados de vegetação de mangue e restinga. Todo dia um responsável faz ronda para verificar a situação da fauna (se algum animal está em risco ou oferecendo risco a alguém). Ao lado do Centro Olímpico de Tênis, por exemplo, perto da passagem dos visitantes, há um ninho de quero-quero que é guardado a todo custo pelos pássaros.

Outra curiosidade: os pratos disponibilizados no restaurante principal são feitos de fibra natural e recicláveis.

Parque Olímpico: ao todo, 73 mil metros quadrados para revitalizar a vegetação de mangue e restinga 

A Iluminação do Parque é feita com lâmpadas de LED, aliadas na otimização do uso de energia elétrica. O calçamento é de piso drenante para evitar possíveis inundações e reduzir o efeito "ilha de calor" nos dias mais quentes. Além disso, tem boa durabilidade e é considerado adequado para a acessibilidade de cadeirantes. Até a inclinação - no máximo 6% - foi pensada para melhorar o conforto. Pessoas com necessidades especiais também terão como opção a utilização de carros de golfe para a locomoção até as arenas. Após os Jogos, o local será uma área de lazer para os cariocas.

A limpeza do local ficará por conta de 33 cooperativas, com um total de 240 catadores de lixo, que farão a separação dos resíduos. Tudo que não for reciclável ficará sob a responsabilidade da Comlurb. A irrigação das plantas é automatizada com sensores de umidade do solo. A estimativa é de que este sistema economize até 30% de água. Foram colocadas plantas nativas que se adaptam bem ao local, como a pitangueira.

Placa informativa ao lado de um ninho de quero-quero perto do Centro Olímpico de Tênis

O futuro de cada instalação do Parque Olímpico:

Centro Olímpico de Tênis

Há o estádio principal, com capacidade para 10 mil pessoas, e mais duas quadras adjacentes com arquibancadas para 5 mil e 3 mil pessoas. Ao fim da Olimpíada, os dois estádios menores, feitos com estruturas alugadas, serão desmontados. A construção do Centro Olímpico de Tênis seguiu o modelo modular, com menor perda de material e menos poeira.

Como não há teto, a iluminação é natural e a ventilação também é facilitada, além do custo menor de manutenção por causa da ausência de ar condicionado.

Velódromo

Construído com o objetivo de fazer a captação de água da chuva. Neste estádio, há a necessidade de manutenção da temperatura a 28,5º C. A madeira utilizada para montar a pista onde os ciclistas vão correr tem certificação e, quando a Olimpíada acabar, foi doada para um projeto social em Morro da Cruz, Porto Alegre. Ela servirá para construir a sede, brinquedos e bancos.

Parque Olímpico: iluminação de LED e piso especialmente escolhido

Arenas cariocas

Assim como as outras instalações, as arenas foram construídas com recursos privados através de Parcerias Público-Privadas (PPP). Após a Olimpíada, a Arena Carioca 3 vai se transformar no GEO – Ginásio Experimental Olímpico – Escolas Municipais voltadas para a educação esportiva com capacidade para 850 alunos. O teto pode ser modificado para a utilização de iluminação natural. A Arena 2 vai ser um centro de treinamento e a Arena 1 será um centro de excelência esportiva com estrutura para até 12 modalidades.

Arena do Futuro e Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos

Ambas são temporárias, mas a construção foi pensada para permitir o uso posterior. O material da Arena do Futuro, cujos blocos de concreto foram aparafusados no chão, quando desmontada vai servir para a construção de quatro escolas municipais. Banheiros e elevadores também serão retirados inteiros. É considerada a arena com melhor acessibilidade. Foi a última a começar a ser construída e a primeira a ser finalizada.

O Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos vai virar duas instalações menores, e uma delas será descoberta.


Fonte: Globo.com