Aéreas brasileiras querem dobrar número de passageiros em dez anos

Empresas aéreas brasileiras querem dobrar número de passageiros em dez anos Durante WTM Latin América, em São Paulo, presidente da Abear expôs desafios do setor, que inclui diminuição de impostos e nova regulamentação

A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) quer dobrar o número de passageiros nos próximos dez anos e chegar a 200 milhões de pessoas transportadas no país. O objetivo não parece tão distante quando se analisa o crescimento de 2002 a 2015, período em que a quantidade de brasileiros viajando de avião passou de 30 milhões para 100 milhões. No entanto, o setor terá que reverter a queda de oito milhões de poltronas ocupadas no último ano.

O cenário foi traçado pelo presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, no painel “Benefícios sociais e econômicos da aviação no Brasil e efeitos no setor de turismo”, apresentado nesta terça-feira (04) na feira internacional World Trade Market (WTM) que vai até esta quinta-feira (06), em São Paulo. Para ele, a crise econômica fez as empresas cortarem custos e diminuírem as viagens executivas - que representam dois terços do movimento aéreo no país.

O representante da Associação também apontou os obstáculos para que as empresas brasileiras se tornem mais competitivas. “Os principais desafios são rever a tributação sobre o querosene de aviação, alinhar o ambiente regulatório ao mercado internacional e procurar fazer com que as medidas que contribuem para diminuir o custo da passagem ao consumidor sejam implementadas”, analisou Sanovicz.

Ainda segundo dados da Abear, uma diminuição de 10% no preço da passagem representa um crescimento de 14% no número de passageiros. Para isso, a entidade também trabalha na diminuição do ICMS, imposto que varia por estado, sobre a querosene de aviação. Em algumas regiões o tributo deixa o preço até 50% mais elevado que em países europeus e dos Estados Unidos.

“Conversamos com os gestores e obtivemos resultados. Conseguimos que 16 dos 27 estados fizessem acordos de redução de ICMS e com isso eles ganharam voos novos. O exemplo mais claro é o do Distrito Federal, que quando reduz de 25 para 12% sua alíquota, ganha 290 novos voos semanais”, finaliza Sanovicz.