A recente decisão do governo brasileiro de prorrogar a isenção de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália para abril de 2025 é motivo de celebração para o turismo brasileiro. O Visit Rio Convention Bureau avalia que a medida é reflexo da força e da união do trade turístico, que articulou junto ao governo o adiamento.
O setor é um importante impulsionador econômico para o país e o segmento de viagens internacionais se destaca por seu expressivo impacto na receita gerada pelo turismo brasileiro. Nesse contexto, os Estados Unidos despontam como o segundo maior mercado emissor. Apenas em 2023, 670 mil turistas norte-americanos desembarcaram no Brasil, com um gasto médio por viajante 41% superior à média.
Ainda assim, o crescimento do turismo receptivo originário dos Estados Unidos ainda não atingiu sua capacidade, de 16% ao ano, e o Brasil tem potencial de receber mais de 1 milhão de visitantes deste país até 2026, o que pode representar uma injeção de US$ 648 milhões na economia brasileira. Portanto, a imposição do visto representa uma séria ameaça a esse progresso para a indústria do turismo brasileira. Frente a esse cenário, o adiamento da obrigatoriedade para 2025 representa um fôlego, mas seria de extrema importância para o setor que o governo optasse por dispensar o visto permanentemente, em especial para cidadãos dos Estados Unidos.
Expressamos nossa gratidão pelo comprometimento da Embratur, que tem desempenhado um papel exemplar na promoção do Brasil como destino turístico e trabalhado de forma incansável com todos os setores que buscam encontrar soluções para a questão. O Visit Rio se coloca à disposição para colaborar com a implementação de uma política eficaz de isenção de vistos, que busque abrir portas para o crescimento econômico do país por meio de sua vasta riqueza turística.
Outras personalidades do setor também expressaram seu contentamento com a isenção aplicada. Enid Câmara, presidente da ABEOC Brasil, afirma que: “Essa é uma ação importante do governo federal, pois a renovação da isenção de vistos vai facilitar o ingresso de turistas desses países, que possuem um alto padrão alto de consumo. Ou seja, a manutenção da não exigência do visto vai seguir impulsionando o turismo brasileiro, trazendo benefícios para hotéis, restaurantes, guias turísticos, agências de viagens, além dos eventos. É uma decisão acertada e louvável, pois também contribuirá para a geração de novos empregos e com o fortalecimento da promoção do destino Brasil no exterior, divulgando assim nossos costumes, gastronomia, paisagens e pontos turísticos”.
O diretor executivo da UBRAFE, Paulo Octavio Pereira de Almeida, fala acerca da importância do decreto. “Os vistos têm, realmente, um impacto muito grande, especialmente, em eventos B2B, com foco na geração de negócios. Existem feiras acontecendo no calendário comercial, de março à junho, e de agosto à novembro, e essas feiras contam com expositores internacionais, na maioria das vezes. A Feicon e a Anuga, por exemplo, são mercados extretamente internalizados, então ter uma política de estado para tratar o viajante de negócios de forma diferenciada é muito necessário. Tratar esse perfil de viajante apenas como mais um turista é exatamente onde encontramos esses problemas, quando deveria ser facilitada a vinda dessas pessoas, que estão entrando no país ou para comprar ou para vender”, afirmou. Paulo conta ainda de uma visita que fez à China, quando recebeu uma carta-convite para entrar no país, quase como um visto de negócios.
Toni Sando, presidente executivo da Fundação 25 de Janeiro (S.P. Convention & Visitors Bureau) e presidente da União Nacional de CVBs e Entidades de Destinos (Unedestinos), contasta a positividade do decreto. “A prorrogação vem positivamente para o mercado como um todo. É esperado que o Governo, agora, utilize esse tempo até o próximo ano para revisar a isenção definitiva dos vistos. A plataforma que foi criada para facilitar os vistos no inicio do ano acabou dando problema, e depois de muitas reuniões, o ministério de relações exteriores entendeu o quanto isso poderia impactar no turismo nacional. Ficamos muito confortáveis agora, para fazer um trabalho que mostre que essa isenção pode contribuir muito para o aumento de visitantes no nosso país”, disse.
* Fotos Destaques: Divulgação/Assessoria
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