Que tal a Croácia?

Ronaldo Ferreira Jr é sócio-diretor na uma.Ag
Zagreb Hotel Esplanade

As passagens aéreas estão pela hora da morte e o budget corporativo para viagens de incentivo está cada vez menor. Por outro lado, o Relatório Mundial de Viagens de Incentivo de 2023, da IBTM, indica que a recuperação do setor de viagens de incentivo está cada vez mais forte, com crescimento acima de 12% ao ano, e prevê ainda que o número de pessoas que participam em programas de viagens de incentivo em todo o mundo crescerá 61% em 2024, em comparação a 2019.

Então, diante desta realidade, é importante entender um pouco mais do cenário global de ofertas, para aproveitar as oportunidades, planejar e encantar os clientes brasileiros em suas próximas demandas por viagens de incentivo.

Segundo a Casa Vogue, os 10 destinos mais visitados do mundo em 2023 foram: França, Espanha, Estados Unidos, Turquia, Itália, México, Reino Unido, Alemanha, Grécia e Áustria. A maioria destes países já são bem conhecidos dos participantes das viagens corporativas promovidas pelas empresas a partir do Brasil. Por isso, aceitei o desafio de conhecer um destino fora dos top 10, menos conhecido, porém muito desejado pelos brasileiros: a Croácia.

Dubrov City - Croácia

Sejam bem-vindos!

A Croácia é um país com mais de 4 milhões de habitantes, que ocupa um espaço equivalente ao estado da Paraíba e que se espalha por uma península no Sudeste da Europa, bem ali na costa do Mar Adriático. Um país relativamente jovem que, até 25 anos atrás, ainda fazia parte da República Soviética da Iugoslávia.

Claro que de lá pra cá muita coisa mudou. Depois de mais de duas décadas de crescimento econômico, o país entrou para a comunidade europeia, unificando sua moeda com o Euro. E um dos principais responsáveis por esta transformação foi o sucesso do setor de turismo.

Quando a gente pensa na Croácia, as primeiras coisas que passam pela cabeça são as praias paradisíacas, as ilhas com águas transparentes, parques naturais com belas cachoeiras e cidades históricas tão belas que já serviram de cenários para filmes e seriados do mundo inteiro.

Os motivos acima transformaram a Croácia em um dos destinos mais desejados da Europa. E para a nossa alegria, os croatas, assim como os brasileiros, amam um bom papo, um cafezinho, futebol e cerveja.

Nesta minha rápida visita ao país, fiquei hospedado em vários hotéis, todos muito bons em termos de instalações e serviços, com destaque especial para a comida mediterrânea – muito farta, saborosa e diversa, bem ao gosto dos brasileiros.

Fui recebido com muito entusiasmo pelos profissionais das redes hoteleiras, assim como pelo pessoal da Croatian National Tourist Board e do Convention Bureau. Todas as pessoas muito comprometidas e engajadas em promover e apresentar as belezas naturais, os espaços e serviços de turismo da Croácia. Dá uma certa inveja boa, ver que todos trabalham em sintonia e de forma estrategicamente planejada pelo turismo do país.

A capital Zagreb

Zagreb, capital da Croácia

A porta de entrada do país é Zagreb, a cidade-sede dos negócios na Croácia. A maior metrópole da Croácia é uma cidade pequena, quase provinciana, muito segura e possível de explorar a pé os seus principais pontos turísticos. Tem uma excelente gastronomia e uma cena cultural vibrante, que tem atraído cada vez mais os eventos corporativos, artísticos e festivais. Uma cidade muito organizada e com localização privilegiada no mapa. Em cerca de 1 hora de voo ou 2 horas de carro é possível alcançar várias das principais cidades e países da zona do Euro.

Em Zagreb, os valores corporativos dos hotéis e espaços de eventos são mais atrativos do que os valores praticados nas capitais mais populares da Europa. Já os valores da alimentação e bebida são bem equivalentes.

Em Zagreb fiquei hospedado em um dos ícones da cidade, o histórico Esplanade Zagreb Hotel, que foi construído a cerca de 100 anos, exclusivamente para hospedar os passageiros do famoso e luxuoso Orient-Express, que ligava Paris a Istambul.

Uma vantagem extra de realizar eventos na Croácia, não só na Capital, mas em todas as outras cidades do país, é que quase todos os castelos ou fortalezas podem e são preparados para serem utilizados por eventos de lazer ou corporativos.

Dubrovnik, the king's Landing

Dubrov Museu Lazareti

Dubrovnik é a cidade mágica da Croácia. O destino mais desejado pelos turistas, não só por ser o cenário do Porto Real, do famoso seriado Game of Thrones, mas também por suas belas praias, castelos, fortalezas e muralhas medievais. Assim como a capital Zagreb, Dubrovnik tem uma rede de excelentes hotéis urbanos e resorts com infraestrutura completa para projetos corporativos.

Em Dubrovnik, conheci a Priscila Zumpano, uma super guia brasileira com mais de 18 anos no país, que forneceu dicas preciosas sobre a realização de viagens de incentivos na Croácia. Segundo ela, são três os lugares que os brasileiros mais se encantam no país: Dubrovnik, Hvar e o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice.

Ao contrário do Norte do país, Dubrovnik, no extremo Sul, é uma cidade construída com forte influência italiana e é a melhor opção para os visitantes, por reunir em um só espaço, história, natureza, além de uma excelente infraestrutura hoteleira. Priscila aconselha pelo menos três dias na cidade, sendo um dia para curtir o Centro Histórico e suas muralhas, e os demais para curtir as praias e também fazer degustação de ostras, azeite ou vinho nas regiões próximas. Para voar diretamente para Dubrovnik, uma das melhores opções a partir do Brasil é via Frankfurt, pela Lufthansa. Uma dica para amenizar a viagem é fazer uma dobradinha, ficando uns dias em Frankfurt. Dubrovnik é a cidade mais cara do país, mas Priscila lembra que geralmente o participante do Brasil não reclama dos valores.

Hvar é a mais famosa das ilhas de águas transparentes da Croácia. Hvar faz parte do Condado de Split-Dalmácia, entre o Norte e o Sul do país. Split é uma das três maiores cidades da Croácia e funciona bem como cidade base para acessar as ilhas e praias, mas não é uma região muito preparada para receber grandes grupos corporativos. Segundo nossa super guia, o ideal é que o passageiro conheça esta região em pequenos grupos, antes ou depois do evento, antecipando ou ficando uns 3 dias a mais na Croácia.

E o Parque Nacional Plitvice se acessa pela capital Zagreb, que a Priscila aconselha ficar também no mínimo 3 dias: sendo um para explorar o Parque - a cerca de 1h30 de carro da cidade - e os demais dias para se perder pelas ruelas de Zagreb, com suas lojinhas, cafés e belíssimos edifícios históricos de influência austríaca. A gastronomia também é um dos pontos fortes da capital da Croácia. E as boas opções de voos a partir do Brasil para Zagreb são pela ITA, via Roma ou pela Air France, via Paris.

Confira aqui, outras dicas preciosas de Priscila Zumpano:

Zagreb Eventos Hotel Esplanade

  • É importante planejar bem a época de ir. Melhor evitar grupos do auge do verão (junho, julho e agosto) em função da quantidade de pessoas e do calor extremo. A Croácia é um país muito frio no inverno (vários hotéis e serviços fecham nos meses mais frios) e muito quente no verão. Mas, por incrível que pareça, nos últimos dois anos, o concorrido mês de agosto (alta temporada) esteve mais vazio e tranquilo do que os meses de maio e setembro, famosos por terem bom clima e um menor volume de turistas.
  • Lembrar que as atrações são distantes e que o brasileiro não gosta de ficar estressado com programações muito extensas. Eles não gostam de acordar cedo quando estão viajando. Uma dica é programar as saídas dos grupos a partir das 10 horas da manhã. Claro que existem exceções, como as muralhas de Dubrovnik, as mais impressionantes de toda a Europa (um passeio de 2 km, repleto de escadas). Neste caso é melhor não sair tão tarde, devido ao sol e ao calor. Também é importante trabalhar a comunicação prévia de informações sobre as atrações, permitindo que em passeios assim, que exigem um certo esforço físico, as pessoas possam escolher ir, ficar no hotel ou aguardando o grupo em um dos confortáveis cafés da cidade.
  • Outra dica da Priscila é escolher o hotel de acordo com a programação da viagem. Se houver muito tempo livre na agenda, é melhor ficar mais perto de algum Centro Histórico ou vila, evitando que os participantes fiquem ilhados ou necessitem de transfer para se locomover e fazer as comprinhas que eles tanto adoram. Se a programação for mais completa e com menos tempo livre para os participantes, a melhor escolha são os hotéis ou resorts das praias.

Ainda sobre hospedagem, lembrar que alguns hotéis próximos do Centro Histórico têm limitação de acesso de ônibus, ou seja, os participantes podem ter de carregar suas malas por uns bons metros, queimando a largada da magia da viagem, antes mesmo do check-in.

Os voos entre o Brasil e a Croácia também são um ponto de alerta. Como não existem voos diretos do Brasil, podem ocorrer extravios eventuais de bagagem. Então, é importante que as pessoas tragam algumas peças de emergência na mala de mão e também que a programação da viagem evite festas oficiais que exijam traje mais completo ou sofisticado na primeira noite.

Eu voei para Croácia a convite da ITA, via Roma, em uma aeronave moderna e confortável, com várias classes de voos e possibilidades de acomodar os participantes dos eventos de acordo com o budget dos clientes. E todo o projeto desta viagem técnica de conhecimento da Croácia foi organizada com muita atenção e carinho pela Athos Comunicação.

* Ronaldo Ferreira Jr é sócio-diretor na uma.ag

* Foto Destaques: Zagreb e Dubrovnik, Croácia (Divulgação/Ronaldo Ferreira Jr)

Confira mais algumas imagens, por Ronaldo Ferreira Jr: