Voltando a viajar após a pandemia

Com férias para chegar e momento certo para se programar para uma viagem a pergunta que não quer calar ; pra onde ir . Antes da pandemia eu viajei por um período de dez anos todas as férias para fora Brasil. E nos últimos cinco anos desse período para o Oriente Médio. E bem nos momentos de conflito na Síria , primavera árabe e revolução egípcia. Viagens que me deixaram uma pessoal melhor pelos perrengues que passei e de que como reagi e resolvi.

Em um mundo em constante movimento, onde cada destino se desdobra em uma nova história, encontrei nas minhas viagens uma jornada de autodescoberta e conexão com culturas diversas. A cada ano, ansiosamente embarcava rumo ao desconhecido, explorando os encantos do Oriente Médio, mergulhando na riqueza cultural do povo muçulmano. Cada país, cada cidade, cada rota, uma sinfonia de cores, aromas e sabores que acariciavam os sentidos e deixavam uma marca indelével em minha alma viajante.

Mas a pandemia veio como uma onda implacável, trazendo consigo o silêncio forçado das malas não desfeitas, dos bilhetes não comprados. O mundo, uma vez vasto e acolhedor, de repente se encolheu, transformando-se em um horizonte distante, mas não inalcançável. Fui estacionado, sim, mas não silenciado. Minhas lembranças de viagens passadas ecoam como um eco suave, lembrando-me da beleza e da humanidade que encontrei em cada esquina, em cada olhar.

Recordo-me dos mercados vibrantes do Egito, onde o aroma de especiarias se mistura ao calor do sol do deserto, enquanto me perco entre as ruas estreitas e os bazares repletos de tesouros escondidos. Dez vezes me vi diante das pirâmides majestosas de Gizé, cada vez mergulhando mais fundo na história antiga que permeia aquelas areias douradas. E, no entanto, a cada visita, uma nova camada era revelada, uma nova perspectiva surgia, como se as pedras antigas guardassem segredos que só revelariam aos olhos mais atentos.

Mas não foram apenas as terras distantes que me encantaram. O México, com sua rica herança cultural e sua paixão vibrante pela vida, seduziu-me com sua música, sua comida e sua hospitalidade calorosa. As ruas de Buenos Aires ecoaram com o ritmo do tango, enquanto eu me entregava à dança da vida, absorvendo cada nota como se fosse a última.

E Nova York, ah, Nova York! Uma cidade que pulsa com energia inesgotável, onde cada esquina conta uma história e cada rosto esconde um segredo. Perdi-me nas luzes ofuscantes de Times Square, vagueei pelos becos tranquilos de Greenwich Village e me maravilhei com a grandiosidade imponente da Estátua da Liberdade.

Mas, no final das contas, não são os destinos que definem minhas viagens, mas sim a jornada em si. Viajar sozinho, por terra, é mergulhar de cabeça na essência de um lugar, é conhecer não apenas os pontos turísticos, mas também as pessoas e as histórias que dão vida a eles. É abraçar a sensação de ser um estrangeiro em terra estrangeira, ao mesmo tempo em que se sente em casa em qualquer lugar.

E agora, com as férias se aproximando, fico diante do dilema de escolher meu próximo destino. O Egito, com sua promessa de antigas maravilhas e novas descobertas, chama-me mais uma vez. Mas também há o México, a Argentina, a Europa, tantos lugares esperando para serem explorados, tantas histórias esperando para serem contadas.

Não importa para onde eu vá, uma coisa é certa: minhas viagens não são apenas uma fuga da rotina, mas sim uma jornada de crescimento pessoal e enriquecimento espiritual. Cada onda e vinda, cada novo encontro e despedida, moldam-me e transformam-me, tornando-me uma pessoa melhor, mais compassiva e mais consciente do mundo que me rodeia. E, por isso, continuarei a viajar, não apenas em busca de novos destinos, mas também em busca de mim mesmo.