Cultura e eventos: mais que faturamento, uma necessidade pública

Por Hugo Bernardo
Hugo Bernardo

Mesmo com um cenário político turbulento e lentidão no crescimento financeiro, um ponto deve ser levado em consideração: toda população no mundo precisa de lazer, cultura e entretenimento. Esses aspectos são essenciais para uma sociedade mais feliz, mesmo diante das pressões do dia a dia. A contribuição cultural deve eclodir de todos os lados, seja da área pública ou privada.

Segundo a Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, à Ciência e à Cultura, o complexo integral de distintos traços espirituais, materiais, intelectuais e emocionais que caracterizam uma sociedade ou grupo social, inclui não apenas as artes e as letras, mas também os modos de vida, os direitos fundamentais do ser humano, sistemas de valores, tradições e crenças.

E o que isso quer dizer? A cultura pode ser interpretada por diversos ângulos, ainda mais em um país que possui tantos públicos culturais diferentes. Oferecer e produzir eventos de forma democrática é a grande questão e o fato é que toda forma de acesso à cultura é bem-vinda.

Grande parte do volume de eventos no Brasil está alocado no setor privado, o que acaba contribuindo para o PIB nacional. Segundo a Associação Brasileira de Empresas e Eventos (Abeoc)*, o setor privado teve crescimento médio de 14%, o que representa mais de R$ 200 bilhões. Dinheiro esse arrecadado de palestras motivacionais, encontros, shows, festivais, cinema, games entre outros.

Nossa plataforma, por exemplo, foi responsável pelo processamento de mais de 2 milhões de ingressos em 2017, o que equivale a mais de 50 mil eventos privados. Tenho certeza de que isso não representa somente lucro, pois trabalhar com eventos culturais é apostar na felicidade, no acesso ao lazer, é uma forma de contribuir com a população mesmo com captação.

Uma curiosidade que já não é novidade são os eventos direcionados para games. Você já parou para pensar o quanto o mercado de jogos representa? O setor registrou movimentação de mais de R$ 670 milhões, segundo pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021, realizada pela PwC. Além de ser uma das áreas que mais cresce em faturamento, diversos organizadores apostam no segmento por enxergar que existe uma variedade de possibilidades a serem exploradas, como jogos on-line, aplicativos, criação de comunidade etc.

E para finalizar, o título já remete a uma clara posição: os eventos, de todos os modelos, são muito importantes para o andamento e funcionamento de uma sociedade. Por isso, encerro afirmando: entretenimento é mais que faturamento, é uma necessidade pública!

* Nota da Redação: Pesquisa realizada pela Universidade Federal Fluminense em 2013 e publicada pela Revista Eventos.

Hugo Bernardo é Country Manager da Eventbrite Brasil, plataforma líder global em tecnologia para eventos

Fonte: Assessoria