Kandinsky: Exposição Fantástica!

Neste mês, resolvi me presentear com um passeio ao Centro Cultural do Banco do Brasil e visitar a exposição do mestre russo do abstracionismo: “Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto”. Fiquei encantada com os trabalhos expostos e, pela primeira vez na América Latina, o projeto exibe mais de cem obras. A exposição é composta por 156 itens, sendo 40 obras de Kandinsky e as outras são de contemporâneos do artista.

Ao chegar, me deparei com muitos visitantes. A mostra estava realmente cheia. Ao longo do percurso, era possível observar frases pintadas em meio as obras que incrementavam os trabalhos, sendo que, logo de início, a frase “Pintar é detonar enfoques de mundos diferentes” me chamou muito a atenção, fazendo com que entendesse ainda melhor cada peça exposta. A primeira galeria que visitei tinha um quadro bem grande da região da Sibéria, onde se passa a história de Kandinsky e vários outros artistas da época. As telas de Igreja Vermelha e O Rio no Outono e no Verão também compunham essa galeria. Os trabalhos são muito atrativos e essa era uma das partes mais emocionantes.

É encantador observar o estilo impressionista dele, rompendo com uma linha mais contemporânea, como a arte do início do século XX. A figura de São Jorge, o Santo venerado na Rússia, foi estampada em diversos lugares, como bancos de madeira, arca, vidro e tela. O artista representava em seus quadros várias essências do ser humano.

Em meio a exposição tínhamos o prazer de ler diversas frases do artista pintadas nas paredes e se destacando na exposição. Cito três frases que me chamaram a atenção no decorrer do passeio; “Rejeito o gesto de desprezo com o qual conhecedores de arte e artistas ignoram a forma de arte dos povos primitivos”, “Eu vi todas as minhas cores em espírito, diante dos meus olhos. Selvagens, linhas quase loucas foram esboçadas na minha frente” e “A cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma” através dessas frases nos conseguimos nos familiarizar mais com o mestre Kandinsk e suas obras.

Em uma das galerias foi possível assistir a um filme sobre a vida do artista, aparecendo a família dele, casamento, filho e também a perseguição, o nazismo e a 2° guerra mundial. As composições não têm temas definidos, entretanto, propiciam que o assunto de cada um dos trabalhos seja o mundo interior do artista.

Embaixo do museu há uma sala imersiva, 3D, e os visitantes têm a oportunidade de sentirem o pensamento do artista. Podemos ver em 3D uma das obras do autor, interagindo com o azul e o verde e com o sentido de cada cor. Durante alguns anos, ele procurou um meio de introduzir o espectador no quadro para que se diluísse na obra e recebesse uma impressão emocional integrante do representado. A exposição vai até dia 29 de julho, de quarta a segunda, das 9h às 21h, com entrada franca, está fantástica e muito bem recomendada.