Centro de Eventos Torres se redesenha e passa oferecer eventos online e inova lançando o Estúdio Torres

Mercado passa a oferecer formatos diferenciados de eventos que automaticamente serão incorporados em eventos futuros

Um dos segmentos que vem sendo mais prejudicado durante a pandemia da Covid-19, sem dúvida alguma é o de eventos. Segundo levantamento realizado pelo Sebrae, as medidas de controle do coronavírus afetou 98% do setor de eventos, afinal de contas, foi um dos primeiros setores a parar e será um dos últimos a retomar as atividades.

O setor era responsável por movimentar, anualmente, R$ 250 bilhões em eventos corporativos e R$ 17 bilhões em eventos sociais. Porém, o cenário atual é de dificuldades financeiras na grande parte das empresas – o que gera preocupação tanto para quem atua no ramo quanto para aqueles que contratam esse tipo de serviço.

Além disso, apenas 8% dos eventos estão ocorrendo; 40% das empresas mudaram o modelo do negócio; 60% encerraram as atividades e 95% registraram queda brusca de faturamento. Contudo, muitos aderiram aos novos formatos que ganharam força, como eventos híbridos, festas em casa e/ou online e “drive-in”.

Em Curitiba, fechado desde 14 de março de 2020, o Centro de Evento Torres se transformou, de teatro para estúdio, de presencial para virtual. As apresentações tradicionais das escolas de danças passaram a ser gravadas individualmente e apresentadas por aplicativo. E as palestras, captadas no estúdio e transmitidas pelas diversas plataformas online existes. “O evento agora acontece onde o cliente estiver, levamos o estúdio para o mundo”, comenta Guilherme Feres, sócio do Estudio Torres.

Segundo Guilherme hoje todos os eventos estão sendo adaptados. “O presencial passou a ser virtual, sem perder qualidade nem mesmo o encanto”, enfatiza. Segundo ele, para se adaptar o evento precisou ser invertido. “Recentemente transmitimos mais de 20 horas de uma convenção, que finalizou com um churrasco, onde cada colaborador da empresa recebeu um Kit completo, para comemorar junto com a empresa, em sua residência, com toda a segurança necessária do momento. São as mudanças que precisamos nos adaptar”, conta. Nesse evento em especial foram captadas as imagens do mestre churrasqueiro que explicou como temperar e assar a carne. Já o colaborador, em casa, pode desfrutar do aprendizado e postar nas redes indicadas o resultado do churrasco, apreciado pela diretoria que estava no estúdio. “A interação foi dinâmica e com todos os participantes. Uma novidade de mercado”, salienta.

Para Guilherme, aquele evento tradicional, com diversas pessoas vai demorar muito ainda para acontecer e até lá, para se diferenciar no mercado, precisa oferecer novidades e principalmente se adaptar ao que a tecnologia nos oferece. “Hoje, nosso produto atual não é mais o teatro tradicional, mas sim o estúdio. Hoje não podemos oferecer a palestra tradicional, mas sim a virtual, mesmo quando for liberado os eventos híbridos, vamos precisar nos adaptar”, enfatiza Guilherme.

Para Ademar Batista Pereira, diretor do Centro de Convenções Torres, a nova dinâmica dos eventos veio preencher uma lacuna que faltava. “Em todas as colações de grau, apresentações, sempre tínhamos aquela família que lamentava pelo avô, mãe, primo não estarem presentes devido a diversos fatores. Hoje, o evento que acontece no Estúdio Torres é transmitido para todos aqueles que o contratante passar o link. Passamos a oferecer eventos internacionais”, ressalta.

A adaptação do mercado de eventos é mais do que necessária e precisa acontecer de forma rápida. “O mercado de eventos que conhecíamos, não existe mais”, salienta Guilherme. O ano de 2020 tinha como expectativa ser um ano muito positivo para o mercado de eventos pelo aquecimento que o próprio setor apresentava. “O Brasil vinha crescendo exponencialmente. Aqui em Curitiba, não tínhamos mais locais com datas livres. Os profissionais entraram 2020 com a agenda lotada, tínhamos dificuldade para mão de obra, chegávamos a realizar até 5 eventos no mesmo dia”, relembra. Hoje, com 25 anos de mercado de eventos Guilherme conta que é assustador ver o mercado completamente parado. “A perspectiva de retorno é assustadora, pois mesmo que a liberação para a execução dos eventos seja dada, temos a dificuldade das empresas, não apenas financeira, mas o receio de realizar um evento presencial”, comenta. “Um evento que antes era realizado para até 5 mil pessoas, hoje se torna impossível vislumbrar”, desabafa.

Hoje, a realização de um evento acaba reduzindo o montante em até 50% no valor total do evento. Daqui há um tempo, o formato estúdio será incorporado nos eventos, podendo trazer atrações internacionais, sem o deslocamento aéreo e hospedagens, por exemplo.