Portuguesa TAP adia novas compras e quer vender aviões

Grupo quer vender aviões, antecipar a devolução de outros, e adiou um investimento de € 854 milhões de euros em novas aeronaves

A TAP Air Portugal está reestruturando a dimensão da sua frota de aviões e já tem em curso “a possível venda de seis a oito aeronaves (seis A319 e dois A320)”. Além disso, estuda também “a devolução antecipada de aeronaves em regime de locação operacional e a potencial venda de aeronaves em regime de locação financeira”.

A evolução futura da frota será naturalmente um dos temas estruturantes do plano de reestruturação que se encontra em elaboração”, declarou o grupo no relatório sobre as contas do primeiro semestre.

Diante da necessidade de reduzir a estrutura da cia aérea devido aos efeitos que a pandemia de covid-19 está provocando nas viagens, e de apresentar um plano de reestruturação em Bruxelas por causa das ajudas de Estado que podem chegar aos € 120 milhões de euros, o grupo diz que já negociou com a Airbus e outras empresas o adiamento da entrega de novas aeronaves.

Esse acordo, diz, foi concluído e envolve a “renegociação de datas de entrega previstas para o período entre 2020 e 2022”, com “impacto ao nível do diferimento dos compromissos com o pagamento de pre-delivery payments à Airbus, bem como a obtenção de outras vantagens comerciais ao nível da proteção do preço das aeronaves”.

Segundo a TAP, ficou acordado o diferimento das datas de entrega de 13 aeronaves A320neo de 2012-2022 para 2025-2027, bem como de dois A330neo de 2022 para 2024, que podem ser trocados “por outros modelos, a avaliar em função da retoma de mercado e necessidades da TAP na altura”.

Estas alterações permitem adiar compras e reduzir o investimento previsto para 2020-22 em milhões de dólares (854 milhões de euros). O calendário prevê agora a chegada de oito aviões A320 neo até 2022. Seguem-se mais quatro em 2023 e em 2024, a que somam agora mais seis em 2025, cinco em 2026 e seis em 2027.

Em Junho, a frota da TAP era composta por 108 aviões, dos quais 102 estavam operacionais. Olhando para o segundo semestre, a TAP afirma que vão entrar em operação quatro novas aeronaves. Ainda no que diz respeito à frota, as contas do primeiro semestre foram fechadas com € 124 milhões de euros em “rendas vencidas não pagas” a fornecedores de aviões em regime de leasing.

O grupo diz que tem “vindo a desenvolver negociações com os lessors no sentido de reduzir o valor mensal das rendas dos equipamentos” e a “obter o consentimento para o não-pagamento de rendas e o alargamento dos prazos contratuais”.