O Turismo, a política e a importância da continuidade das ações

Paulo Renato Fonseca Júnior é Secretário de Turismo do Espírito Santo, ex-presidente da Eventpool e do Espírito Santo C&VB.

O Espírito Santo, desde 1968, quando a gestão do turismo no Estado era feita pela Empresa Capixaba de Turismo (Emcatur), ensaia a continuidade das políticas públicas para o setor. As mudanças de Governo e de interesses, acabam afetando a concretização de projetos, que muitas vezes dependem de ações e monitoramento de longo prazo, E, por vezes, acabam prejudicados.

Podemos e devemos ampliar projetos de turismo no Espírito Santo, e ocupar um espaço importante no cenário nacional, mas isso depende de investimento, de prioridade na agenda política capixaba e, principalmente, de planejamento e continuidade. O turismo é um assunto transversal, que deve ser analisado em todas as pastas de uma gestão. Deve ser considerado nas pautas de meio ambiente, agricultura, educação, saúde, assistência social e todas as demais.

Uma política pública de turismo adotada por um destino significa que ele quer - e vai - se preparar para receber os turistas de braços abertos; que se coloca como destino receptivo, e não em detrimento de seus moradores, mas em função deles. Quanto melhor forem os serviços públicos e a infraestrutura para o morador, melhor será o destino para o turista.

Passos importantes já foram dados pela articulação do setor empresarial e pelo entendimento do Governo Estadual da importância de mudanças políticas e fiscais necessárias ao setor. O incentivo fiscal ofertado para o abastecimento de aeronaves comerciais no Aeroporto Eurico Sales, por exemplo, certamente trará bons ventos aos Espírito Santo, desde que a continuidade das ações sejam garantidas e bem planejadas, monitoradas e ajustadas quando preciso for.

Para facilitar esse processo, o Conselho Estadual de Turismo, agora, está sob o comando da iniciativa privada, que terá importante papel na continuidade das ações que estão dando resultado, e reformular as que precisam ser acertadas.

Hoje, o Governo Estadual, em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), e apoio do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), está desenvolvendo um metodologia que irá nortear a política pública de turismo e consequentemente os investimentos em turismo de forma mais coerente, a partir do entendimento da dinâmica do setor em cada um dos municípios turísticos capixabas. Acreditamos que assim, o turismo irá contribuir de forma contínua para o desenvolvimento não só da capital do Estado e da Grande Vitória, mas de todos os municípios. Essa parceria trará a possibilidade do Estado e dos municípios vislumbrarem investimentos no setor e ações de fomento com métodos e conhecimento do cenário, o que vai potencializar os resultados das gestões municipais e estadual.

Com continuidade, prioridade na agenda pública, e participação efetiva dos municípios capixabas nessa política estadual de turismo, somados a convergência com a classe empresarial; e tudo bem coordenado pelo Conselho Estadual de Turismo, devidamente empoderado, o Espírito Santo se destacará como destino, e o turismo trará ainda mais receitas e geração de renda para o capixaba.