Álcool gel nas relações do mercado de eventos

Por Ney Neto
Ney Neto

Por Ney Neto

Depois de toda guerra, vem a reconstrução, e invariavelmente ocorrem mudanças enquanto a sociedade se reorganiza.

Refletindo sobre como será o mercado de eventos PÓS Coronavírus, e pensando em como os centros de convenções estão sendo procurados para o segundo semestre, podemos antever um efeito de intensidade, como se vivêssemos um ano todo dentro de alguns meses.

As equipes terão que trabalhar muito mais, os fornecedores terão que atender muito mais eventos ao mesmo tempo. Acrescentando um pouco de otimismo, daria quase pra dizer que os clientes farão mais eventos em menos tempo.

Isso é bom? Não com o atual sistema instalado no mercado das concorrências de eventos. Para enfrentar o pós guerra, teremos que ser ágeis e eficientes, usar recursos e tempo em negócios certeiros e bem escolhidos.

A marmelada tem que acabar.

Não vai dar pra usar o tempo, para criar projetos ao lado de outras sete agências pelo mesmo evento. E na verdade, CEO’s e VP’s inteligentes não irão sequer permitir que seus recursos assistam horas de apresentações de tantos concorrentes.

Concorrências de fachada? Banidas!

Não divulgar a verba pra não bloquear a criatividade? Banido! (isso não existe, tá?)

Alguns comportamentos hoje bem aceitos no live marketing terão que mudar pra sempre.

ÉTICA e transparência é dizer no início quanto você tem pra realizar o evento.

EMPATIA é saber que sete das oito agências que você convidava para a concorrência estarão jogando fora seu tempo e seu dinheiro só para montar seu projeto.

AGILIDADE é chamar três, no máximo quatro, que tenham de verdade as mesmas chances de levar o negócio(4 or Pay).

Porque a verdade é que passada a crise, nós, profissionais de eventos e das agências estaremos nos mercados e farmácias comprando os produtos dos clientes, usando seus medicamentos e softwares, dirigindo seus lindos carros, comprando seus seguros e produtos bancários, jóias, roupas, e até álcool gel.

Mas o mercado de eventos, tomou um choque elétrico do Coronavírus, e precisa do negócio dessas empresas, para manter emprego, crescimento, criatividade, estabilidade, e dignidade na casa de seus profissionais.

Precisa do dinheiro circulando, de revisão nos processos de compra, precisa de AJUDA.

Precisa de verdade, de transparência, sobre concorrências e oportunidades de negócio. Precisa de pré-pagamento dos eventos quando assim exigido por espaços de eventos e fornecedores.

E precisa do fim imediato dos prazos de pagamento abusivos.

Não pode mais ser banco, não pode mais ser o “boi-de-piranha”, meu Deus, que nome é esse?

É hora de parceria de valor.

Chegou a era das relações sustentáveis.

Espero que a empatia e fortalecimento global que parece ter um novo despertar humano à partir do COVID-19, chegue ao mercado de eventos.

Que todos os agentes dessa cadeia de valor consigam calcular o impacto econômico positivo no mercado, se todos os clientes chamassem sempre e apenas três empresas para concorrer por seus bons negócios.

A soma da distribuição mais correta de verba com a economia causada pelo fim das más práticas nas concorrências, poderia salvar o ano de diversos players.

Está na hora de passar álcool gel nas relações.

Boa quarentena a todos.

Ney Neto