Cidade do Rio de Janeiro aumenta sua competitividade

O ano de 2007 já pode ser considerado como um marco no processo de fortalecimento das vantagens competitivas da cidade do Rio de Janeiro, que vive um momento muito especial: acabou de sediar os Jogos Pan-americanos, demonstrando ótima capacidade organizacional como sede de grandes eventos; o Cristo Redentor, com o apoio de todos os brasileiros, foi eleito uma das novas 7 Maravilhas do Mundo, em votação promovida pela Fundação New 7 Wonders; estamos às vésperas do Parapan-americano que pela primeira vez acontece na mesma cidade-sede do Pan-americano; e consequentemente os hotéis tiveram uma ocupação média de 85%, uma excelente taxa considerando-se que a média padrão anual tem variado em torno de pouco mais de 60% e o mês de julho costuma ter um a ocupação média de apenas 56%. Quanto ao que se refere à indústria do turismo de eventos, há algum tempo o setor se queixava da pouca opção de espaços para eventos na cidade ou da necessidade de reforma, para maior conforto e atualização técnica, nos espaços já tradicionais. Pois, vemos que tanto o governo municipal quanto a iniciativa privada perceberam essa brecha e investiram no segmento. Acreditando na força do turismo, o governo municipal, em parceria com a iniciativa privada, investiu na construção de um centro de convenções – o RioCidadeNova –, próximo ao centro da cidade, preenchendo a falta de um espaço para eventos de médio porte e mais central, de mais fácil acesso para os participantes – facilidade de transporte público, inclusive o Metrô, e estacionamento para 1.500 veículos. O RioCidadeNova tem área de exposição de 5 mil m2 e auditório para até 2 mil pessoas. Por iniciativa do governo municipal, o Centro de Convenções Riocentro, o maior da América Latina com mais de 100 mil m2 de área construída e 517 mil m2 de área total, foi privatizado em acordo no qual a empresa concessionária se obrigava a reformá-lo e a investir em mudanças para sediar os Jogos Pan-americanos. A empresa concessionária, GL Events, francesa, assumindo o compromisso, reformou totalmente o pavilhão de congressos, climatizou os pavilhões de exposições e feiras, e investiu também em tecnologia, transformando o Riocentro em um centro de convenções moderno, mais confortável e atrativo para a realização de qualquer tipo de evento. Ainda, a Rede Windsor de hotéis inaugurou, há uns dois anos, o hotel Windsor Barra que tem um grande centro de convenções, ampliado ainda mais recentemente. O centro de convenções do hotel pode acomodar quase 2 mil participantes em plenária e tem 8 mil m2 de área total. Sem falar nos novos equipamentos esportivos construídos para o Pan-americano, tais como o Estádio João Havelange, mais conhecido como Engenhão (futebol e atletismo), o Parque Aquático Maria Lenk (natação, nado sincronizado e salto ornamental), o Velódromo (ciclismo e patinação de velocidade) e a Arena Multiuso (ginástica artística e basquete), estes três últimos construídos no Autódromo, as reformas do Maracanã, Maracanãzinho e do Estádio de Remo da Lagoa, que colocam a cidade como um destino de ponta para a realização de eventos esportivos. Equipando-se cada vez mais e melhor, a Cidade Maravilhosa está se transformando em um destino de excelência não só para o turismo de lazer, mas também para qualquer tipo de evento, seja esportivo, corporativo, cultural, educativo, científico etc. Também contribui para a maior competitividade da cidade para sediar eventos, a redução do Imposto Sobre Serviço (ISS), de 5% para 2%, cobrado das empresas responsáveis pela organização de feiras, congressos e eventos em nossa cidade. Esta diminuição dos custos de organização sem dúvida torna-se um atrativo em uma cidade que é ao mesmo tempo cosmopolita e também um balneário, primeiro destino brasileiro e a cidade mais visitada entre os turistas estrangeiros. O trabalho de apoio à captação de eventos, desenvolvido pelo Rio Convention & Visitors Bureau, já percebe isso em seus resultados: somente no primeiro semestre do ano, com esforços diretos da Fundação, foram atraídos para a cidade, entre nacionais e internacionais, 12 eventos, o que representa, comparado ao número do ano passado, um aumento de 120%. Com esses importantes investimentos, vemos os governos municipal, estadual e federal, juntamente com a iniciativa privada, acreditarem cada vez mais na verdadeira vocação do Rio de Janeiro que é o turismo. Fica pendente uma questão fundamental estruturante que é a melhor distribuição da malha aérea internacional de modo a atender a verdadeira demanda do turismo receptivo que pede vôos diretos para a cidade do Rio de Janeiro. Com essa conjuntura bastante favorável, com todos esses novos equipamentos e, claro, os espaços já tradicionais da cidade como os centros de convenções dos principais hotéis, sem contar a beleza estonteante da cidade, que mistura montanha e mar numa interação sem igual no mundo, sem sombra de dúvida nossa cidade tem aumentada sua competitividade no mercado de eventos. Paulo Senise Diretor Executivo Rio Convention & Visitors Bureau