O incentivo como ferramenta transformadora.

O princípio é simples: uma vez vencedor, sempre vencedor. Não há como voltar atrás. Você mudou, aprendeu, cresceu, venceu, conquistou. Ganhou status junto à sua tribo no trabalho e, principalmente, junto à sua família e os amigos. Por onde você passa agora todos sabem que você se superou e tornou-se um campeão. Daqui para a frente vai querer sempre mais, seja em aprendizado, em desafios ou reconhecimentos. Não há como fugir. Mas que bichinho foi esse que te mordeu? Qual o vírus que tomou conta da sua essência, do seu interior e te transformou a ponto de aumentar o seu orgulho, o seu comprometimento, o seu profissionalismo, despertando a garra, a persistência e a determinação para ir cada vez mais longe? Resposta simples: esse bichinho, esse vírus chama-se “incentivo”. O incentivo provoca isso nas pessoas: desperta o seu melhor lado, transformando-as em profissionais melhores. E aqui inicia-se um círculo virtuoso, senão vejamos: profissionais melhores fazem produtos melhores. Melhores produtos vendem mais. Quem vende mais, ganha mais. E as empresas que pensam dessa maneira, claro, também têm grandes chances de serem melhores e, consequentemente, ganharem mais. Esse é o lado nobre do incentivo que aos poucos começa a ser resgatado para o júbilo de todos nós. Esse é o lado que ficou escondido por trás das boas campanhas durante anos em detrimento de práticas que não deixavam o residual necessário para que a semente da transformação fosse cultivada e o melhor: florescesse. Mas isso começa a mudar. O incentivo inicia uma corrida de resgate do seu passado glorioso, esse que abriu todas as portas e derrubou todas as trincheiras. Uma corrida ao começo de sua história, cheia de charme, de glamour, onde a valorização das pessoas e o reconhecimento era o que se buscava quando o objetivo era o alcance e a superação de metas. Uma história que, conceitualmente, começa nos jogos olímpicos lá na Grécia antiga, quando os atletas “corriam” em busca de uma única coisa: o reconhecimento. Reconhecimento esse materializado numa simples coroa de louros. Que motivação era aquela? Por isso, campanha boa é campanha que transforma. Campanha que mexe com os valores pessoais e profissionais, que toca o coração, a alma, provocando novas atitudes, transformando impulso em comportamento, comportamento em performance, porque trabalha o lado mais íntimo das pessoas e, através disso, traz resultados positivos nas caixas registradores das empresas, sobretudo daquelas que conhecem e acreditam na real função da ferramenta. E isso vale para as 3 pontas da cadeia: para as agências que criam, para as empresas que solicitam e para os participantes que, por um lado, passam a responder com mais qualidade e produtividade e, por outro, passam a se beneficiar do efeito mais parrudo do incentivo – o efeito psicológico. Ou seja, acabam ganhando em auto-estima, confiança, motivação e, em alguns casos, até em informação e conhecimento. Sim, porque, de novo, campanha boa é aquela que agrega valor, sobretudo na era da informação, onde informação é a maior de todas as motivações. Já foi o tempo em que estabelecia-se um objetivo no começo e acenava-se com um prêmio no final. De uns tempos para cá, passou a ser fundamental trazer informação, conteúdo, conhecimento aos participantes, não apenas para facilitar o alcance de metas, mas, sobretudo, para preparar os colaboradores para um mercado competitivo, acirrado e, muitas vezes, sem nenhuma fidelidade. Quem trabalha direito, deixa claro ao colaborador que incentivo não é apenas uma ferramenta para alcançar resultados. Incentivo é uma ferramenta de transformação pessoal e profissional, porque tem conteúdo. E, nesse caso, conteúdo é valor agregado. Não apenas no que se refere a conhecimento, educação e aprendizado, mas, principalmente, em termos de comportamento, orgulho, atitude e auto-estima. E quando o colaborador percebe isso, o incentivo potencializa-se transformando-se numa ferramenta também de fidelização e retenção de talentos. Jorge Medauar é diretor de criação da Accentiv.