Privatização do Centro de Convenções da Bahia será em 2015

O projeto de modernização do CCB, estimado em R$ 100 milhões pela Bahiatursa, só deverá ser licitado após a realização de um estudo de viabilidade, cuja licitação está em andamento.
Fernando Ferrero e Pedro Galvão vistoriaram o Centro de Convenções


Alvo de críticas por problemas na manutenção, que culminaram com a falta de água durante um congresso de médicos em novembro, o Centro de Convenções da Bahia (CCB) deve ser terceirizado até o início de 2015. O projeto de modernização do CCB, estimado em R$ 100 milhões pela Bahiatursa, só deverá ser licitado após a realização de um estudo de viabilidade, cuja licitação está em andamento.

Na última quinta-feira, três empresas de consultoria - KPMG, a Ernest Young e a PWC - apresentaram propostas à Desenbahia, que será a condutora do processo. A escolhida terá 120 dias para indicar o que é necessário para viabilizar o CCB. "Existe a ideia de se implantar mini-shopping, hotel e ampliar áreas, mas tudo isso vai depender do diagnóstico que ainda será feito", explica Adriano Argones, presidente da Comissão Permanente de Licitação da Bahiatursa.

Reparos

Enquanto a terceirização não avança, o CCB recebe um conjunto de melhorias com recursos da Bahiatursa e convênios com a Superitendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab). "O Centro já está em obras", diz o coordenador de operações do CCB, Luiz Nolasco. Segundo ele, este ano serão investidos R$ 10 milhões com recursos da Bahiatursa em melhorias estruturais e mais R$ 4 milhões através de convênios com a Sucab.

Com aproximadamente R$ 4,1 milhões em despesas, o CCB gera R$ 4,6 milhões com aluguéis para eventos. O espaço, que é o destino de aproximadamente 20% dos grandes eventos realizados na Bahia, de acordo com Pedro Costa, presidente do Salvador da Bahia Convention & Visitors Bureau, apresenta sinais de desgaste. "É óbvio que existem problemas. Estamos falando de um prédio que tem 34 anos", diz Costa. Para ele, entretanto, mesmo com todos os problemas, o espaço ajuda a atrair turistas para o estado.

Ele destaca a localização e a possibilidade de multiplas utilizações dos espaços. "A agenda de eventos se mantém elevada", diz Costa. Ele afirma que dos 90 eventos captados pelo Convention este ano, 20 serão realizados no CCB. Se confirmado, o número vai superar os 66 de 2013. Mas o argumento do aumento no número de eventos não convence a todos. "O problema é que é muito difícil conseguir medir aquilo que você deixou de ganhar", diz Giuseppe Belmonte, coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio.

Ele acredita que o problema é que a estrutura do Centro de Convenções não atende as novas exigências do mercado de eventos. "O problema é muito estrutural mesmo. É difícil até para escoar o público no caso de uma emergência em um prédio de quatro andares", acredita. Para ele, o ideal seria a construção de um novo centro de convenções.

A ideia também é defendida por Silvio Pessoa, presidente do Conselho Baiano do Turismo (CBTur). "Fortaleza tem um centro que recebeu mais de R$ 120 milhões em investimentos. A nossa situação só não é pior porque o aeroporto aqui tem mais conexões e temos um parque hoteleiro maior. Mas se dependesse só do Centro de Convenções, estariamos perdidos", acredita.

O secretário do Turismo, Pedro Galvão, disse que o primeiro ato dele como secretário cobrar da direção da Bahiatursa que acelere as melhorias no CCB. "É verdade que o trade turístico sonha com um novo centro, mas essa é uma decisão que o governo ainda não tomou. Até lá, eu vou lutar para ter o Centro de Convenções funcionando em condições ótimas", afirma.

Fonte: Bahiatursa