Novidades sobre o 8ª Fórum Mundial da Água

O evento reuúne os principais especialistas, gestores e organizações envolvidos com a questão da água no mundo.

Consórcio PCJ participou de painel sobre a importância da capacitação para formadores de decisão.

No final da tarde de ontem (19), o Consórcio PCJ participou do painel sobre informação e treinamento para os formadores de decisão, no 8º Fórum Mundial da Água. O painel, que aconteceu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, contou com a presença do representante da Unesco, Alexandros Kirikos Makarigakis, que reconheceu e elogiou o trabalho do Consórcio em relação às capacitações realizadas.

Para Alexandros, é fundamental que formadores de decisão sejam capacitados para sensibilizar as pessoas sobre os problemas e possíveis soluções em relação ao uso da água. “O Consórcio PCJ tem uma grande experiência e eu fico muito contente de ver como a formação e a capacitação desses formadores de decisão foram essenciais para ajudar a superar uma crise tão grande”, elogiou o representante da Unesco, que se referiu à superação da crise hídrica enfrentada pela região das Bacias PCJ em 2014/2015.

Na ocasião, ainda esteve presente o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, que deu voz ao Programa de Educação Ambiental da entidade, que tem como principal objetivo, sensibilizar e conscientizar a comunidade sobre problemas e soluções relacionadas ao gerenciamento dos recursos hídricos e do meio ambiente.

Lahóz ainda contou a história do Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ, desde a aplicação das experiências vindas da França, que envolvem água, como as classes de água, até o programa Semana da Água, que hoje se chama Projeto Gota D’água.

“O envolvimento dos políticos no processo de elaboração de políticas públicas voltadas para a água, começa com as crianças. Porque as crianças que estão sendo capacitadas pelo Programa de Educação Ambiental hoje, são os políticos de amanhã”, apontou o secretário executivo, que reforça que o Consórcio PCJ já capacita as pessoas sabendo da importância da água dentro das políticas públicas.

30 anos de Cooperação entre Brasil e França

Após o painel, representantes do Consórcio PCJ e da Agência de Bacias PCJ participaram da comemoração dos 30 anos de Cooperação Brasil e França na gestão da água, na Embaixada Francesa, em Brasília.

No evento, que também reuniu representantes da Agência de Água da França, a Loire Bretagne, o Consórcio PCJ foi bastante elogiado com seus projetos. Os franceses resgataram as missões realizadas desde 1991, e falaram de como toda a vivência e troca de experiências com os brasileiros auxiliou na criação da legislação paulista de recursos hídricos, que futuramente se tornou legislação federal. Também foi falado a respeito da participação dos franceses no projeto da Bacia do Rio Doce.

No final da reunião, os membros do Consórcio PCJ conheceram o presidente do Comitê de Bacias da Loire Bretagne, Thierry Burlot, e entregaram a ele e aos outros representantes da agência, um documento de renovação de Cooperação entre Consórcio PCJ e a Loire Bretagne.

Governo e sociedade reafirmam necessidade de promover gestão da água para evitar crise hídrica

São Paulo e Distrito Federal são exemplos de cidades que enfrentam problemas com a falta de água no Brasil. Nesta terça-feira (20), o tema foi discutido por especialistas, governo e a população durante o 8º Fórum Mundial da Água.

Participaram o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, e o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga.

No painel, foram discutidos o panorama das dificuldades encontradas pelo Brasil por causa da seca, medidas inovadoras para driblar a crise hídrica, restrições sofridas nos últimos anos e lições aprendidas para ter mais segurança hídrica no futuro.

“Precisamos de governança. Temos no Estado de São Paulo as bacias hidrográficas. Precisamos utilizar esses recursos para desenvolver projetos, melhorar abastecimento e saneamento. Aumentar a capacidade de reserva, devido às mudanças climáticas porque, quando chove, chove demais. Quando faz seca, faz seca demais”, discursou Alckmin.

Geraldo Alckmin e Rodrigo Rollemberg

Barbalho citou a gravidade da crise hídrica. “Nosso desafio é enorme, porque o Brasil é um país continental. O Brasil tem um potencial alto de irrigação, mas estamos muito aquém para podermos crescer na zona rural. A realidade é que se o país não está bem agora, imagina como era há muitos anos. Já tivemos as viúvas da seca, que eram as mulheres e crianças que os maridos deixava para trás em busca de recursos hídricos”, recordou.

Rodrigo Rollemberg ressaltou que o problema no Distrito Federal. "Aqui em Brasília, mesmo sendo considerada patrimônio cultural pela Unesco, há uma ocupação desordenada do solo. Além disso, existe falta de investimento público nos últimos 16 anos. Sem contar que, nos últimos três, a situação piorou por causa da diminuição do índice pluviométrico na cidade", afirmou. "Estamos nos esforçando para melhorar a situação, mas temos que debater mais e o Fórum está sendo muito importante para isso”, emendou.

A plateia contou com a presença do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, que acompanha os debates do 8º Fórum Mundial da Água.

Fórum Cidadão promove sessões sobre a participação da sociedade na temática água

Considerando os comitês e organismos de bacias, a sessão "Fortalecimento da participação dos cidadãos: políticas, representatividade e desafios", que acontece nesta quarta-feira (21) às 9h, propõe analisar o contexto político e institucional, levando em conta a representação da sociedade e sua eficácia, além da influência sobre às políticas públicas.

A partir das 14h30, jovens do mundo todo apresentarão inovações na área social e técnica, em relação à Água, na sessão "Inovação de jovens empreendedores pela água". O objetivo é promover inovações empresariais orientadas para jovens no setor de água, trocar experiências com os jovens empresários sobre o processo de desenvolvimento de suas soluções, explorar os desafios enfrentados como um jovem empreendedor e como enfrentá-los para inspirar outros jovens a agir.

Ainda no Centro de Convenções, a sessão "Culturas de água dos povos indígenas da América Latina", mostrará os sistemas de gerenciamento integrado de água e governança das comunidades indígena das Américas. O evento será realizado às 16h30.

Educação pode reduzir carência de água no mundo

Educação é um princípio básico global para desenvolver qualquer atividade com competência. Quando se trata de uso racional de água, não é diferente, a capacitação deve ser vista como essencial e tem que ser desenvolvida e continuada entre empresas, profissionais e na própria sociedade. Esse assunto foi tema do painel “Educação e capacitação em água não é despesa, é investimento”, nesta terça-feira (20), no 8º Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília (DF), até sexta-feira (23).

Durante a sessão, o CEO da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA), Paulo Salles, que também é professor, reforçou a importância da educação e a definiu como o motor para garantir a segurança hídrica. Para ele, a capacitação tem que ser vista como aliada das políticas públicas. “Eu acredito sim na educação para conseguirmos suprir essa carência de água do mundo. A água tem que ser prioridade nas políticas públicas, vista que está ligada a todas as atividades humanas. Ela é vital. É com capacitação que se constrói um mundo melhor”, avaliou Salles.

O painel pontuou que o baixo nível de investimentos em treinamentos para profissionais reflete em falhas em projetos e pode gerar também deficiências na forma em que infraestruturas hídricas e serviços coletivos são gerenciados, operados, mantidos ou renovados. Em todos os países e setores, como o da gestão de bacias, de água potável e saneamento, de energia e agricultura, milhares de atores envolvidos nos processos são afetados, e a maioria possui baixa escolaridade.

Segundo Eric Tardieu, diretor-geral do Escritório Internacional da Água, 2,1 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a água limpa, o que corresponde a 30% da população mundial. E 4,5 bilhões de pessoas sem saneamento básico, 60% da população. Um dos principais fatores que definem esses números é o baixo investimento em infraestrutura no setor hídrico.

“Tentamos mostrar o treinamento em água não como um custo, mas como investimento. É importante considerá-lo como essencial nos recursos humanos, para desenvolver a conscientização do uso racional da água nas empresas e nos profissionais. Então, treine, retreine e mantenha o seu pessoal”, destacou.

Além de Salles e Tardieu, participaram do painel Susanne Reitsma, do Global Youth Hub for Water; Céline Gilquin, diretora do departamento de Água e Saneamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD); Eric Zoma, do Escritório Nacional de Água e Saneamento (ONEA) de Burkina Faso; Claude Toutant, treinador do Centro Nacional Francês de Treinamento em Água (FNWTC); Dinara R. Ziganshina, diretora Adjunta do Centro de Informação Científica da Comissão Interestadual de Coordenação da Água na Ásia Central, e Pierre Victoria, vice-presidente de desenvolvimento sustentável da Veolia Water Technologies.

Fonte: Assessoria