O encontro teve início na terça-feira, no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista, e contou com 10 painéis liderados por palestrantes nacionais e internacionais. O objetivo foi trazer as novas tendências do mercado.
As estudantes, das universidades ESPM, Anhembi Morumbi, FAAP, Fundação Getúlio Vargas e Senac, participaram da segunda turma do Projeto Educacional da Academia, que tem por finalidade qualificar para o segmento de Feiras por meio de estágios no Brasil e visitas técnicas monitoradas a pavilhões no exterior, por meio de parceria com empresas. “As alunas tiveram a oportunidade de conhecer como o negócio Feiras acontece no Brasil e em outros países. É uma forma de apresentar o setor para essa nova geração que está se formando”, afirmou o presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, Sérgio Medina Pasqualin.
Para a diretora da Academia, Marisa Canton, a perspectiva é de que seja feito investimento também em outros setores ligados aos Eventos, sempre aperfeiçoando o trabalho com parceiros afinados e motivados. “Inicialmente, parecia algo impossível, mas o que fez o Projeto se realizar foi o acreditar das instituições de ensino. Pretendemos investir em outros segmentos, mas por enquanto as Feiras ainda são o mercado que tem espaço para se investir e engajar os novos talentos que vêm vindo por aí”, disse.
Satisfeita com o programa, a professora Sandra Maia, do Senac, aproveitou para fazer um pedido às empresas. “Adote um aluno, convide-o para estagiar em seus negócios, dê a ele a chance de aprender e surpreender. O brilho nos olhos e a curiosidade e disposição estarão sempre presentes em cada um deles”. A afirmação da docente foi confirmada por Paula Queirolo, aluna de Tecnologia em Eventos da Anhembi Morumbi. Representante do grupo, ela garantiu que são projetos como esse que vão garantir a sua qualificação. “Participar de um projeto desse patamar não se compara a qualquer experiência que teríamos imaginado”.
Festivais e Eventos
Após a entrega dos certificados, foi dado início ao painel Festivais e Eventos, comandado pelo VP Nacional da Associação de Marketing Promocional (Ampro), Milton Santana, que reuniu convidados com a inspiração dos cases dos carnavais da Bahia e do Rio, além de produções encantadoras como o Natal Luz de Gramado. O diretor geral da Agência A Vera, Rafael Liporace, é responsável pela criação do Camarote Rio, uma experiência inusitada e inovadora, que teve um objetivo principal: manter o carioca no Rio durante o carnaval.
Após uma análise da festa, Liporace, que também é professor da ESPM, percebeu que faltavam atrativos para o público jovem, que estava priorizando o carnaval de Salvador. Não bastava ter a Marquês de Sapucaí e os blocos de rua. “Percebi que o carnaval do Rio era feito para turistas. Os blocos de rua, retomados em 2005, são uma opção boa para a população, mas o jovem com poder aquisitivo relevante não gosta de estar nisso. Faltava alguma coisa. Foi então que replicamos os modelos de camarote de Salvador e, junto, trouxemos o serviço Premium. Em 2015, criamos uma nova categoria de carnaval, os supercamarotes comerciais. Não é mais preciso esperar para ser convidado para um grande o camarote”, explicou.
O diretor da Central do Carnaval da Bahia, Joaquim Nery Filho, mostrou que o carnaval pode trazer muitas possibilidades, além da festa. A apresentação deixou claro que a folia de Salvador vai muito além de uma multidão atrás de um trio. Exposição de marcas e muita criatividade permeiam aquela que é considerada a maior festa do País que, no último ano, registrou a presença de mais de 2 milhões de pessoas. “Evoluímos ao longo dos anos com investimento, profissionalismo, treinamento e aperfeiçoamento”, destacou Nery, que também abordou a importância dos camarotes e citou ações de live marketing de marcas como Skol, Riachuelo, Durex e Gillete.
Na região Sul do País, outro evento surpreende e encanta turistas e munícipes: o Natal Luz de Gramado. A cidade de 35 mil habitantes recebe 3 milhões de visitantes, que esperam encontrar o Papai Noel, entre tantas outras atrações. O principal diferencial entre o evento de Gramado e os carnavais do Rio e Salvador está no gerenciamento. Enquanto no Sudeste e Nordeste, a iniciativa privada detém a maior ou a totalidade da produção, no Sul o trabalho é feito por uma autarquia pública gerida pela iniciativa privada. As contratações, por exemplo, envolvem licitações.
“Imagina como é não poder escolher que o palco será feito pela empresa que eu gosto ou tenho bom relacionamento. Tudo funciona apenas com processo licitatório. Posso definir limitações, mas não tenho clareza de quem vão ser os fornecedores das estruturas básicas do evento. É um desafio usar esse modelo ano a ano”, disse o diretor de eventos da Gramadotur, Enzo Arns.
No ano passado, cerca de 2,2 milhões de pessoas visitaram Gramado durante os 80 dias do Natal Luz. No espetáculos pagos, foram mais de 300 mil ingressos vendidos, o que representa um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. “O Sudeste é o maior consumidor, sendo o Rio o principal”.
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