Um dos grandes temas criticados pelo presidente da Abav durante a cerimônia do evento foi a resolução 007 da Anac que prevê a livre concorrência entre as companhias aéreas. Segundo João Martins Neto “é necessária uma auto-proteção do turismo interno, afinal se uma passagem para Buenos Aires pode ser vendida a 90 dólares e uma outra para São Luis do Maranhão custa ao viajante 1800 reais, alguma coisa está errada!’.
Nessa questão, o presidente da Abav aproveitou para pedir um maior envolvimento do Ministério do Turismo “que deveria estar atento a todas as questões que envolvem a cadeia produtiva do turismo e consultar o que pensa todos os envolvidos”.
João Martins encerrou o assunto dizendo, “a liberdade tarifária é perigosa e enfraquecem as companhias aéreas brasileiras”.
Em resposta, a Ministra do Turismo, Marta Suplicy, que desenvolveu discurso também na cerimônia de abertura, disse que o Ministério está de portas abertas para discutir quaisquer questões com o trade e acredita que “o turismo pode ter vôo livre e fazemos questão que todos vocês façam parte desse vôo”.
Isabelle Birem, diretora nacional do grupo Air France KLM no Brasil, pensa que uma “guerra tarifária não é boa longo prazo”. Como uma non-local-carrier o grupo tem custos muito altos e a extensa diminuição no preço de tarifas seria inviável. Mesmo que ela aconteça a curto prazo, a longo prazo baixas tarifas significam rotas não rentáveis e tais rotas são rapidamente abandonadas pelas companhias aéreas.
Isabelle ainda aproveitou para usar o exemplo das companhias aéreas de baixo custo da europa, “se você olhar o business plan dessas empresas, logo você percebe que uma passagem de 5 euros pode lhe custar 150, já que são diversas as taxas extras cobradas”. Outra característica que permite à essas companhias disponibilizarem preços tão baixos é sua posição como local carrier e a baixa manutenção que seus aviões demandam por serem novos, mas novamente, pensando a longo prazo, esses preços podem subir.
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