Pesquisa FOHB: situação da hotelaria é dramática

Em meio à pandemia, 65% dos hotéis permanecem fechados no Brasil.

Um dos ramos mais afetados pela pandemia do coronavírus, o setor hoteleiro viu a taxa de ocupação de hotéis cair mais de 80% desde 15 de março, quando começou o movimento de fechamento da economia no País. Foi uma queda de demanda brutal. Para o turismo, os resultados foram dramáticos, afirma Patrick Mendes, presidente da rede francesa de hotéis Accor.

Em meio à crise, o setor está tentando negociar a extensão da Medida Provisória 936, que permite suspensão de contrato de trabalho, além de redução de salário e jornada, por mais 120 dias. Temos necessidade de extensão da medida. Estamos pedindo 120 dias a mais para que possamos preservar os empregos e manter a atividade viva. Se não tivermos mais ajuda (do governo), muitas empresas não vão conseguir atravessar essa crise, acrescenta o executivo.

Os hotéis também buscam se reinventar nesse momento difícil. Em uma das unidades Ibis da capital paulista, os quartos serão transformados em uma espécie de escritório de uso temporário. Retiramos a cama do quarto e oferecemos um escritório, com café, croissant e serviço de quarto disponível, explica Mendes. É bem provável que a novidade se espalhe pelo País.

Pesquisa realizada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) confirma a dramaticidade da situação por que passa o setor. Os dados revelaram que 65% dos 870 hotéis associados em todo o Brasil permanecem de portas fechadas por conta da Covid-19. A pesquisa, referente à terceira semana de maio, revelou ainda que 18,5% destes empreendimentos têm previsão de reabrir ainda este mês. Participaram da amostra hotéis tradicionais, condotel (copropriedades hoteleiras) e apart-hotéis, em meio à pandemia.

Em junho, o número de hotéis que pretendem reabrir as portas sobe para 33,9% e em julho para 29,4%. Sendo assim, a maioria dos hotéis associados ao FOHB, que representam mais de 139 mil unidades habitacionais em 208 municípios de 26 estados, devem retomar suas operações até julho. Os cinco estados que contam com o maior número de hotéis fechados no momento são: Florianópolis (18%); Porto Alegre (33%); Curitiba (20%); Rio de Janeiro (04%); e São Paulo (21%).

Em abril, no mesmo estudo realizado pela FOHB, o levantamento revelou que 63% dos quartos disponíveis no universo de hotéis pesquisados estavam fechados, ou seja, um número um pouco menor do que o revelado nesta nova pesquisa. Na ocasião, a maioria (47%) dos hotéis projetava a reabertura apenas em junho, 24% em maio, 21% ainda em abril e 8% em julho.

As realidades são bem diferentes de estado para estado, diante da dificuldade que algumas cidades encontram para conter o avanço da Covid-19. Em São Paulo a quarentena foi estendida para 31 de maio. No Rio de Janeiro, discute-se o lockdown.

São Paulo e Rio de Janeiro mantiveram percentuais semelhantes de hotéis fechados. Em relação à pesquisa anterior, os percentuais variaram de 65,7% e 64,5% para 64,2% e 65%, respectivamente. Porto Alegre e Florianópolis continuam com os níveis mais altos de propriedades fechadas, mas também apresentaram ligeira queda frente à última pesquisa, passando de 91,3% e 86,1% para 86,1% e 85,33%, respectivamente. Já Brasília diminuiu ainda mais o percentual de unidades com atividades suspensas, indo de 39,2% para 31,5%.


Fonte: assessoria