Hotelaria vive expansão no interior do Mato Grosso

Setor hoteleiro de Rondonópolis tem expandido nos últimos a partir do turismo de negócios, com multiplicação do número de indústrias e empresas na cidade

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A diversificação e fortalecimento da economia de Rondonópolis tem gerado bons dividendos para o setor de hotelaria na cidade. Nos últimos cinco anos, o mercado de hotelaria na cidade tem experimentado uma visível expansão, com modernização e ampliação em vários empreendimentos e o surgimento de novos investimentos. A mola propulsora da hotelaria na cidade é o turismo de negócios.

Conforme cadastro da Prefeitura de Rondonópolis, o município contava com 43 hotéis em 2010. A estimativa é de que, dessa totalidade, ao menos sete deles sejam de médio padrão, sendo a maioria aberto nos últimos anos, a exemplo do Horto Hotel Express e do Hotel Piratininga Amazonas. A turismóloga e professora Denise Tolosa, da Excelência Turismo, explica que estudos indicam que hotéis com taxa de ocupação entre 45% e 60% já proporcionam lucro.

Nesse contexto, Denise Tolosa observa que a realidade de Rondonópolis indica para taxas de ocupação muito satisfatórias. “A realidade do setor não podia ser melhor. No meio de semana, os índices de ocupação são muito bons. Tem hotéis, durante a semana, com praticamente 100% de ocupação na cidade”, repassa.

A movimentação na rede hoteleira da cidade podia ser melhorada ainda mais, segundo Denise, com ações que venham a fomentar o turismo ecológico, em parceria com a iniciativa privada. Além disso, atesta que seria muito interessante a promoção de mais eventos que venham atrair pessoas para o município, a exemplo do Baile do Hawai, que movimenta o setor.

O sub-gerente do Hotel Vila Verde, Fábio Pereira, analisa que o crescimento da economia de Rondonópolis tem estimulado os empresários a investir no setor da hotelaria nos últimos anos. A instalação de novas indústrias e obras diversas têm contribuído com o movimento nesse mercado. Ele diz que a taxa de ocupação no mercado local é muito boa entre segunda e sexta-feira e, com a vinda da ferrovia, a tendência é melhorar mais ainda.

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Um exemplo do perfil de hóspedes de Rondonópolis, que vem a negócios, é o advogado e consultor Arnaldo Ferreira dos Santos, de Florianópolis (SC), que esteve pela terceira vez na cidade. Hóspede do Rios Hotel, veio desta vez para Rondonópolis a fim de ministrar um treinamento para a cooperativa de crédito Sicredi. Chegou na quinta-feira passada (19/07), ministrou o treinamento no próprio hotel e foi embora nesta sexta-feira (20/07).

O município de Rondonópolis está recebendo um empreendimento de grande porte na área da hotelaria, com investimentos de mais de R$ 12 milhões, sem calcular o mobiliário. Será um hotel com a franquia da Rede Atlântica, conhecida em todo o mundo, que vai operar com a bandeira Comfort.

O novo empreendimento é fruto de uma parceria entre os empresários Aureo Candido Costa, Fábio Ribeiro da Fonseca e Pedro Jacyr Bongiolo. O empreendimento está sendo construído em frente ao shopping center da cidade, sendo um prédio de 11 andares e com previsão de contar com 120 apartamentos.

Conforme o empresário Aureo Candido, a Rede Atlântica fez uma pesquisa de mercado que constatou que a taxa de ocupação nos principais hotéis da cidade chega a 70% – uma taxa considerada excelente em comparação à esfera nacional. “Isso foi o que nos animou a investir”, explicou o empresário.

A previsão é que, quando for inaugurado, em dezembro de 2013, o empreendimento seja o maior de Rondonópolis nesse segmento. Aureo Candido diz apostar nos diferenciais de atendimento e estrutura para sobressair no mercado.

Empreendimentos vêm se modernizando nos últimos anos

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A busca por melhorias nas instalações, modernização do mobiliário e ampliação da estrutura vem se tornando comum na rede hoteleira da cidade. A maior reforma e reestruturação nesse segmento ocorreu no antigo Hotel Thaani, que foi adquirido pelo Grupo Flamboyan e virou agora o Hotel Piratininga Amazonas.

O primeiro investimento do Grupo Flamboyan na hotelaria de Rondonópolis foi em 2007 com o Hotel Piratininga, no antigo Hotel Guarujá, que recebeu um considerável investimento em melhorias e ampliação. Inaugurado há pouco mais de um mês, o Hotel Piratininga Amazonas vem chamando a atenção agora pela modernidade e decoração das instalações.

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O gerente comercial do Piratininga Amazonas, Jean Carlos Figueiredo de Sousa, observa que o perfil de clientes são representantes de vendas, do agronegócio e famílias em viagem. “Rondonópolis está crescendo demais em termos de indústrias, o que atrai muitos profissionais”, analisa, observando que essa realidade atrai desde hóspedes mais simples aos mais exigentes.

O grande movimento na rede hoteleira na cidade, segundo Jean Carlos, é entre segunda e quinta-feira. Ele diz que a meta do Piratininga Amazonas é chegar nesses dias a uma taxa de ocupação entre 85% e 90%. “O nosso diferencial é o atendimento e a nossa estrutura”, argumenta.

Vários outros empreendimentos passaram por ampliação ou modernização nos últimos anos, a exemplo do Hotel São Paulo, do Hotel Nacional, Hotel Talismã, do Serras Hotel, do Hotel Vila Verde, e do Rota do Sul.

Fomento do turismo ecológico e de eventos ajudaria setor

Com grande concentração nas reservas entre segunda e quinta-feira, a maioria dos hotéis de Rondonópolis conta com queda expressiva de ocupação aos finais de semana. O empresário Roberto Possato, diretor do Rios Hotel, entende que, para melhorar esse quadro, seria preciso fomentar o turismo ecológico e a realização de eventos diversos na cidade. Nesse contexto, observa que Rondonópolis não dispõe de um grande centro de eventos público, para sediar feiras, congressos e seminários.

Além de ajudar a melhorar a taxa de ocupação nos fins de semana nos hotéis, Roberto Possato acredita que a construção de um grande centro de eventos ajudaria a valorizar a área cultural do município. Ele aponta o exemplo de Cuiabá, que sedia expressivo número de eventos, voltados para diferentes setores. Na área de eventos em Rondonópolis, o empresário entende que a Exposul seja o único no calendário fixo de eventos da cidade que influencia realmente na taxa de ocupação.

Atualmente, com foco no setor empresarial em geral, Roberto Possato explica que esse perfil de hóspede é de alto giro, ficando poucos dias na cidade. Como não há um equilíbrio na taxa de ocupação entre os dias da semana e do fim de semana, diz que a taxa média de ocupação acaba sendo prejudicada no município. No Rios Hotel, observa que a taxa média de ocupação é 60% a 65%. Apesar dos bons índices do seu empreendimento, Possato acredita que o cenário positivo não seja uma unanimidade no setor hoteleiro local, havendo diferentes realidades. “Muitas empresas do setor não estão com boas taxas de ocupação”, argumenta.

Roberto Possato acrescenta que os usuários, na atualidade, também estão mais exigentes, fazendo com que os empresários do setor invistam mais em estrutura e conforto. “O pessoal está se modernizando para ficar no mercado”, acredita.