Foro Político Latinoamericano de Turismo de Eventos foi um sucesso

Teté Bezerra, a nova presidente da Embratur, participa de seu primeiro evento internacional.
A presidente da Embratur, Teté Bezerra, defende no Chile a promoção conjunta entre os países para aumentar a vinda de turistas para a região

Nos últimos anos, na véspera da FIEXPO realizou-se o Foro Político Latinoamericano sobre Turismo de Eventos, com a participação de ministros, secretários de Turismo, membros de comissões de turismo, diretores de turismo nacionais, diretores e presidentes de Convention Bureaux e dirigentes das principais entidades do setor na América Latina e no mundo.

Este 5º Foro foi aberto pela subsecretaria de Turismo do Chile, Mónica Zalaquett Said, e pelos diretores da Fiexpo Latino Americana, Arnaldo Nardone e Sérgio Baritussio. Em seguida, autoridades de diversos países na região se apresentaram. A primeira a se manifestar foi a anfitriã, Mónica Zalaquett, que apresentou “Chile e sua Estratégia em Turismo de Eventos”, chamando atenção que enquanto o emprego no Chile cresceu 6% nos últimos 5 anos, no Turismo o crescimento foi de 18%, resultado de um crescimento que mais do que dobrou nos últimos 10 anos. Segundo Mónica Zalaquett, “o Turismo é um ator relevante na economia chilena, representando um aporte no PIB de 3,4% (direto) ou 10,4% total (direto + indireto), 3,4% dos empregos diretos e 10,2% do total, figurando em 5º lugar entre os exportadores de serviços”.

Na sequência, a subsecretária de Turismo se reportou às cifras do Turismo MICE: “em 2016, 814.428 ingressaram no Chile devido à Eventos, o que representa um crescimento de 17% em relação à 2015.” Continuando, Mónica diz que “em 2016 o ingresso de Divisas foi de US$653 milhões” e finalizou lembrando que “um passageiro de eventos é 67% mais rentável e seu gasto promédio é de US$380, sendo que os internacionais chegam a US$674”.

Ademais, o Turismo de Eventos tráz ao Destino outros efeitos positivos, segundo Mónica Zalaquett: “Oportunidade – representa um apoio a outros negócios, favorecendo investimentos, o comércio, as comunicações e as tecnologias; Capital Humano – Impulsa o desenvolvimento profissional dos participantes, criando postos de trabalho, mantendo a mão de obra em seu lugar de origem; Reputação – contribui para a construção da reputação do país, uma vez que aumenta a compreensão e cooperação entre eles; Difusão do Conhecimento – os eventos criam e difundem conhecimento pelo mundo inteiro e atraem os expertos e Passageiros de Alto Nível – o turista de eventos tem um elevado nível de renda, muito maior do que o do turista tradicional, gerando mais renda para o país”.

Para atrair este turista, deve-se levar em conta que ele geralmente tem pouco tempo e por isso aprecia uma boa conectividade, tanto territorial como digital; busca lugares estáveis e seguros tanto a nível político e social, como econômico.

O objetivo do Plano Estratégico estabelecido pelo Meet in Chile, responsável pela promoção chilena, se propõe a desenvolver o turismo MICE em todo país de forma sustentável, posicionando o Chile e suas regiões como destinos e anfitriões de excelência para a realização de grande eventos, congressos, incentivos e feiras, tanto nacionais como internacionais, com ofertas turísticas divertidas e incomparáveis. Para atingir estes objetivos, Mónica disse considerar necessário: posicionar o segmento como estratégico a nível nacional e regional por sua contribuição econômica; aumentar o investimento, a promoção e os ingressos de divisa, estabelecendo um desenvolvimento sustentável da atividade; formar uma grande equipe no país que permita um crescimento planificado; criar inteligência de mercado; desenvolver uma identidade e um novo posicionamento; desenhar um modelo de gestão e metodologia de captação de eventos; desenvolver o segmento de grandes eventos esportivos e culturais e, finalmente, identificar os segmento em que o Chile tem melhor posicionamento.

Outra das palestrantes da tarde no Foro Político foi Teté Bezerra, recém empossada na presidência da Embratur. Ela iniciou lembrando que o turismo teve 8 anos consecutivos de crescimento e hoje já reporta 1,3 bilhões de viajantes/ano. Apesar dos mercados mais distantes serem mais difíceis de serem conquistados, a Embratur está trabalhando a China, tendo retornado recentemente de um Missão no país, considerando que “130 bilhões de chineses viajam por ano e somente 60 mil vêm para o Brasil. Meros 0,01% que conquistássemos, representariam 1,3 milhão de turistas chineses aportando no país”.

Mas, atendendo ao pressuposto da OMT de que 80% do turismo é feito intraregionalmente, a Embratur vai priorizar trabalhar os países vizinhos, dando um trato especial naqueles que já são nossos principais emissores: Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai.

Ao tratar do Turismo de Eventos, Teté Bezerra salientou que “o Brasil figura no TOP 20 Mundial da ICCA, sendo líder na América Latina. Nos últimos 15 anos (2003/2017) crescemos 200%, de 62 para 237 eventos".

A presidente da Embratur finalizou sua apresentação falando da necessidade de Cooperação: “precisamos alinhar nossas ideias, traçar metas e, com muito trabalho, alcançar o objetivo. E para isso precisamos de promoção do turismo em bloco para desenvolvimento mútuo em busca de crescimento para todos”.

Após um coffee break, o Foro Político teve continuidade com a sessão de debates que, nesta edição, propôs três temas:

1. As estatísticas sobre o impacto do turismo de eventos como ferramenta fundamental para demonstrar sua importância nas economias dos destinos. Como estruturar um sistema estandardizado na América Latina seguindo modelos exitosos que nos permitam projetar nossas futuras estratégias, ações e investimentos no setor

2. Como devemos projetar em conjunto entre o setor público e privado, políticas de desenvolvimento dos eventos organizados e gerados pelo governo e organizações internacionais, para potencializar sua realização e rotação entre os países membros, assim como propulsionar a criação de novos eventos

3. Ante a realidade da infinidade de investimentos em novos centros de convenções nos destinos latino-americanos, devemos analisar como fazer para que estes não fracassem; aonde começa e aonde termina o investimento publico e que ações se devem instrumentar para apoiar seu desenvolvimento e para que cumpram com seu prometido, que é melhor as economias e o desenvolvimento social das comunidades que vivem nestes destinos

Um amplo e proveitoso debate se estabeleceu e alguns cases vitoriosos foram apresentados.

Sérgio Junqueira Arantes viajou a convite da FIEXPO, com o apoio do NH Hotels e a cobertura da GTA Global Travel Assistance.