Artigo: Mulheres são as mais atingidas pela osteoporose

A diminuição na produção de um importante hormônio feminino é uma das principais causas da doença que atinge uma em cada três mulheres no mundo inteiro

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no último dia 8 de março, acredito que seja a data propícia para comemoração: a oportunidade é ideal para que as atenções sejam voltadas também à saúde da mulher. Estress, má alimentação, fumo e outros hábitos antes exclusivamente masculinos hoje tornam as mulheres cada vez mais vulneráveis a diversos problemas. Além disso, a diminuição dos níveis hormonais com a maturidade, contribui para o desenvolvimento de diversas enfermidades que, se não forem prevenidas e tratadas precocemente, podem trazer sérios riscos. Um bom exemplo disso é a osteoporose.

A osteoporose é uma doença caracterizada pelo enfraquecimento progressivo dos ossos e ocorre normalmente após a menopausa, quando os níveis de estrógeno, hormônio feminino responsável também pela saúde dos ossos, caem bruscamente."Para muitas mulheres o processo da menopausa começa depois dos 40, geralmente entre 45 e 55 anos. Nessa fase, quando existe a possibilidade de haver osteoporose é muito importante que seja feito um controle por meio da densitometria óssea, um exame simples e indolor que detecta a perda óssea", explica a endocrinologista Dra. Victoria Borba.

A osteoporose não apresenta nenhum tipo de sintoma. Por isso, grande parte dos pacientes só percebe o problema após ser detectada a primeira fratura, que geralmente acontece nos punhos coluna e quadris. Por conta do difícil diagnóstico, estima-se que apenas um terço das fraturas vertebrais sejam detectadas. A ausência de outros sintomas, quando a osteoporose ainda está no início, faz com que essas fraturas aconteçam seguidamente, porém só percebidas quando há muita dor."Quanto maior o número de lesões, maior também é o impacto na qualidade de vida. A dor e a impossibilidade de realizar tarefas do dia-a-dia, são os principais fatores que afetam a rotina dos pacientes", afirma dra. Victoria. Para se ter uma idéia, de acordo com pesquisas mundiais, durante toda a vida o risco das mulheres de desenvolver uma fratura por osteoporose é de 30 a 50%. A dra. Victoria Borba reforça que a prevenção da osteoporose pode ser feita com atitudes simples como manter uma dieta rica em cálcio, tomar sol periodicamente para absorver vitamina D e praticar exercícios físicos regularmente, além de evitar os fatores deletérios a saúde óssea como o tabagismo e álcool em excesso.

A osteoporose é um problema mundial e cresce significativamente à medida que a população mundial envelhece. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a osteoporose está atrás apenas das doenças cardiovasculares como um problema de saúde mundial. A Federação Nacional de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose informa que, segundo estudos, médicos, a possibilidade de morte por uma fratura de quadril em mulheres de 50 anos é similar a possibilidade de morte por câncer de mama. A gravidade do problema não pára por aí: as fraturas vertebrais aumentam em até oito vezes a taxa de mortalidade, comparado com mulheres que não têm tais lesões.

Embora não tenha cura, o problema é tratável. As fraturas podem ser evitadas com a combinação de mudanças no estilo de vida e tratamentos médicos. Na terapia à base de remédios, os tratamentos evoluíram muito nos últimos anos. Comprimidos que eram tomados diariamente, hoje já podem ser tomados a cada semana e até mensalmente, caso do ibandronato de sódio. 

Larissa Saram, assessora de imprensa da Roche. 

(JA)