Mulheres no comando: Elisabete Sorrentino, gerente de captação do SPCVB

Pelo menos uma vez, ao longo da sua carreira, Elisabete Sorrentino, gerente de captação internacional do São Paulo Convention & Visitors Bureau - SPCVB, viu-se numa situação desfavorável por ser mulher. "Quando trabalhava em uma companhia aérea, há uns 20 anos, me candidatei a uma posição num departamento onde todos já sabiam que o chefe só contratava rapazes".

Ela atendia a todos os pré-requisitos, já tinha experiência na empresa, falava a língua estrangeira exigida, mas assim mesmo foi preterida. "Hoje, embora pelas estatísticas as mulheres ainda recebam salários menores que os dos homens, graças a Deus essas situações são menos comuns", contou Elisabete ao Portal EVENTOS.

Na sua visao, as mulheres normalmente são mais sensíveis, afetivas, têm muita versatilidade e percepção aguçada. "Essas características eram consideradas fraquezas no passado mas hoje, segundo Roberto Shinyashiki - refere-se ao livro A mulher e o Mercado de Trabalho - são consideradas como a essência necessária para o alcance dos objetivos das organizações e são cultivadas pelas mulheres como um dom".

Pensar que as mulheres estão ocupando cada vez mais posições de comando alegra a profissional, pois gera a oportunidade de mudar. Ela cita como exemplo, as atitudes de alguns homens que chefiam, que ainda evitam demonstrar certas características para não parecerem frágeis.  

Quando questionada sobre um diferencial das mulheres, ela revela que o sexo feminino possui a arte de levar os detalhes muito a sério. Por isso, quer acreditar que isso aconteça com ela, que tem homens na equipe e tem essa percepção. "Após algum tempo de convivência, embora ainda não tendo o preciosismo que gostaria (talvez nunca venham a ter devido à sua característica mais pragmática), eles já dão muito mais atenção aos detalhes na execução de uma tarefa".

Expertise

E lá vai o conselho de Elisabete: "as mulheres que ingressam hoje no mercado de trabalho já não têm mais que provar que são competentes, mas continuam enfrentando o grande desafio de ter que conciliar o trabalho com as tarefas familiares". Por isso, a dica dela é que as mulheres busquem conquistar cada vez melhores condições de trabalho, que lhes permitam contemplar em seu ambiente de trabalho todas as necessidades inerentes à sua condição de profissional, dona de casa e mãe, como jornadas mais flexíveis, possibilidade de trabalhar à distância e benefícios como creches,  para que não descuidem da criação de seus filhos.

Elas são maioria do SPCVB

"Ser maioria é ótimo", afirma. "Somos em 21 mulheres, o que prova primeiramente que nosso diretor Toni Sando confia plenamente na eficiência feminina, e a vinda da Annie Morissey, presidente do SPCVB - São Paulo Convention Visitors Bureau, só vem confirmar isso. Toda mudança de gestão traz novidades e certamente a entidade deverá ganhar muito. Em princípio, as mulheres costumam administrar de forma mais sensível e têm uma maior preocupação com as questões sócio-ambientais".

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