ALAGEV divulga pesquisa do impacto do Coronavírus no mercado de viagens e eventos corporativos

Estudo reúne informações coletadas com gestores de eventos, gestores de viagens e fornecedores do mercado.





O impacto do COVID-19 em diversos setores da economia é enorme. Segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, o crescimento do Brasil pode ser reduzido entre 0,1 ponto percentual e 0,5 ponto percentual em um cenário otimista. No mundo, a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê que a economia global cresça 2,4%, número inferior ao estimado em novembro, que era de 2,9%. O cenário requer atenção e cautela. A ALAGEV, organização referência no segmento de viagens e eventos corporativos, realizou entre os dias 3 e 6 de março, pesquisa com fornecedores, gestores de eventos e gestores de viagens para medir o impacto direto que o surto do novo coronavírus trouxe para o segmento.

A pesquisa foi respondida por 262 profissionais, sendo 62 gestores de eventos, 101 gestores de viagens e 99 fornecedores (cruzeiros, resorts, tecnologia, destino, agência de eventos, empresas de transportes, TMC’s, hotelaria, companhias aéreas, agência de incentivo, áudio e vídeo e outros).

O diretor-executivo da Associação, Eduardo Murad, explica que ainda não é possível estimar em números o acumulado das perdas e remanejamentos. Contudo, a pesquisa traz um cenário de como as empresas estão lidando com a situação, ações tomadas e perspectivas do setor a curto e médio prazo.

Segundo os dados levantados na amostra, 43% dos gestores de eventos afirmam que não houve cancelamento de eventos nas empresas onde trabalham e apenas 3% cancelou eventos de qualquer natureza. Ainda há uma parcela de 21% de respondentes que afirmam terem postergado os encontros e 28% disseram que os eventos foram parcialmente cancelados.

Europa e Ásia são os destinos mais afetados pelos cancelamentos, seguido da América do Norte e Central.

Ainda de acordo com a perspectiva dos gestores de eventos, 48% das empresas cancelaram a participação em eventos internacionais, enquanto 46% das empresas não cancelaram a participação em eventos e apenas 6% cancelou a participação em eventos de qualquer natureza.

Os meeting planners ainda acreditam que os eventos sejam retomados completamente a partir do próximo trimestre (44%), embora uma grande parte (29%) ainda não tenha ideia sobre essa retomada.

Do ponto de vista de fornecedores, 62% dos respondentes afirmam que houve cancelamento parcial de viagens para apenas alguns destinos, 27% apontam que as viagens foram canceladas totalmente e 11% dizem não haver cancelamento.

Os destinos com maior acúmulo de cancelamentos são Ásia, Europa e América do Norte e Central.

Os respondentes fornecedores afirmam ainda que, para 37% de seus clientes não houve alteração na política de viagens, para 33% deles é preciso uma pré-autorização do gestor para realização de viagens e 30% afirmam que, após o surto, a política de viagens foi alterada, tendo a necessidade de pré-aprovação da área de segurança, bem-estar e|ou medicina do trabalho.

Já em relação aos eventos, para 41% dos clientes de fornecedores os eventos foram parcialmente cancelados, 39% postergaram a ação, 11% não tiveram cancelamentos, 7% cancelaram todos os encontros e 1% alteraram o local|destino.

Assim como os meeting planners, os fornecedores acreditam quem os eventos e viagens corporativas devem retomar ao ritmo normal no próximo trimestre 48% para viagens e 38% para eventos. Apenas 2% acreditam que as viagens só se normalizem em 2021 e 5% apostam na retomada dos eventos para o próximo ano.

Mais da metade (52%) dos respondentes de fornecedores afirmam que o COVID-19 teve um impacto significativo nas atividades, 32% dizem que o impacto foi moderado, 12% leve, 3% nulo e 1% ainda não soube estimar.

Já os Gestores de Viagens apontam que 63% das viagens corporativas foram parcialmente canceladas em alguns destinos, 13% tiveram o cancelamento total e 24% não sofreram com cancelamentos.

Quando questionado sobre os destinos com maior índice de cancelamento, mais uma vez a Ásia e a Europa lideram as respostas, seguida da América do Norte e Central.

Ainda que o surto de Coronavírus tenha impactado o setor, cerca de 66% dos Gestores de Viagens afirmam que não houve alteração na política de viagens da empresa, já 17% indicam ajustes na conduta, como pré-aprovação do gestor, e 16% relatam que as viagens só são permitidas com pré-aprovação da área de segurança, bem-estar e |ou medicina do trabalho.

Os gestores de viagens são mais cautelosos sobre a retomada das viagens: 40% dizem não saber quando o ritmo deve ser restabelecido, enquanto 31% acreditam que no próximo trimestre a situação deva se normalizar e 23% apontam para o 3º trimestre. Somente 2% acreditam que as viagens corporativas voltem ao patamar de crescimento a partir do 4º trimestre, ou ainda em 2021.

Em relação às ações tomadas para minimizar os impactos da epidemia para os negócios, gestores de eventos e viagens tem medidas parecidas, como o uso da tecnologia para vídeo ou teleconferência, revisão do plano de crise e criações de comitês, além do cancelamento de viagens e eventos não essenciais.

Já os fornecedores afirmam rever o plano de crise diariamente e colocar em prática o plano de contingência, flexibilização nas políticas de alteração de passagens, além de buscar soluções tecnológicas para facilitar o dia a dia.

“O impacto do novo Coronavírus abre um precedente sem igual para o nosso mercado. O papel dos gestores eventos e viagens é ainda mais estratégico nesse momento, pois é necessário estar conectado às estratégias e contingentes da empresa e participar ativamente dos planos de ação, seja analisando os riscos ou decidindo a continuidade dos eventos ou não. É um trabalho diário de análises e acompanhamento, que vai muito além de cancelar ou não viagens e eventos, mas como as empresas podem minimizar os impactos em seus negócios. Os fornecedores são peças fundamentais nessa logística, pois nesse momento seu conhecimento e atitude serão fundamentais para o suporte dos seus clientes”, finaliza Murad.

Fonte: assessoria