Demanda em hotéis no mundo vão refletir nos preços da hospedagem

Segundo previsão de consultorias americanas, os aumentos das tarifas de hotéis deverão ser maiores no Brasil, numa média de 13,3% a 14,8%

Na América Latina, os preços nas hospedagens poderão disparar em 2013. Dependendo do dia de uma determinada reunião, por exemplo, os custos do turismo de negócios serão os mais altos do mundo. De acordo com a previsão do suplemento da CWT Meetings & Events, o crescimento ficará entre 9,8% e 12,2%. Levando em consideração os índices, Tony Wagner, vice-presidente da consultoria, afirma que “a duração dos encontros e o tamanho dos grupos irá diminuir de 5% a 9%, para compensar nos aumentos de tarifas.”

Os aumentos das tarifas de hotéis deverão ser maiores no Brasil, onde a CWT espera picos de 13,3% a 14,8%, no primeiro semestre do ano, e de 13,1% para 14,5%, no segundo semestre. Segundo Wagner, a taxa de crescimento no país, em particular, será impulsionada pela demanda, devendo ultrapassar o da oferta para os próximos anos. A previsão também mostra a probabilidade de aumento significativo de taxas no Chile, Argentina, Colômbia e México.

Para isto, Tony alerta: “as empresas e organizações que realizam reuniões na América Latina sem fazer reservas com antecedência terão de mudar o comportamento. Será preciso assegurar um espaço ou correr o risco de não conseguir vagas de última hora por causa de hotéis lotados, o mesmo acontecerá em outras instalações.” Já os custos de reuniões europeias permanecerão estáveis ou sofrerão um aumento de 2%, ou menos, no próximo ano.

Hospedagem nos EUA

O mercado de hospedagem nos Estados Unidos obteve níveis recordes de demanda no primeiro semestre de 2012, com ganhos altos em ocupação, refletindo na receita. Segundo ao provedor de dados de hotelaria STR, em 2013, haverá um aumento de 4,4% na tarifa média diária e um ganho adicional de 4,6% (de US$ 111,01). Já a taxa de ocupação deverá aumentar 2,1% por cento. Mas existem desafios nas projeções. O ponto de interrogação ficará em torno da economia, nos EUA, e no exterior.

Por exemplo, enquanto a PKF Hospitality Research de 2013 prevê um aumento na ordem de 5,2% na diária média, com taxa de ocupação de 1,0% a 6,1%, a mesma consultoria também analisa possibilidades. Outro cenário é apelidado de “O Penhasco Fiscal”, em que os EUA possam cair em outra recessão na próxima primavera. Isso resultaria em um declínio na taxa de ocupação projetado na ordem de 1,8%, com a taxa média diária passando por um aumento insignificante de 1,9%.

O outro cenário, mais otimista, em que não há mudanças nos impostos ou gastos - o aumento de ocupação ficaria em 2,1%, e a taxa média diária de 4,9%. Incertezas econômicas significam que turistas de negócios têm sido relutantes em fazer compromissos de longo prazo até o momento. “Na América do Norte, nós estamos vendo que o consumidor está mais cauteloso, devido a variáveis como as condições econômicas na Europa”, observa Joel Wartgow, diretor sênior de Carlson Wagonlit Travel Solutions Group, Américas. “E por causa disso, estamos esperando um aumento muito moderado dos preços para 2013.”

A American Express Global Business Travel, por sua vez, espera que os hotéis mais caros na América do Norte deverão ver alguns aumentos mais robustos. Mas as diferenças dependem do destino. Como é de praxe, aumentos das taxas irão variar consideravelmente, dependendo da localização. Segundo a Ovation Travel Group, propostas de um aumento de tarifas em 2013 hotéis nas principais áreas metropolitanas globais mostram uma média de 6%, com base na negociação de pré-propostas.

Propostas para um aumento das tarifas em São Francisco superam as de todas as regiões, com 12%; em Boston e Palo Alto, na Califórnia, em torno de 8%. Nova York, Los Angeles e Atlanta têm propostas de tarifas de cerca de 5% maior do que neste ano, enquanto que em San Diego, de apenas 1%. Por sua vez, hotéis de Londres e Tóquio estão buscando o aumento da indústria, numa média de 6%, segundo a Ovation, enquanto que em Paris, os aumentos da tarifas devem ficar em 3%.