III Pesquisa Portal Eventos Impactos do Covid-19: A Indústria de Eventos Continua Sofrendo.

Para que os eventos voltem a acontecer, um dos fatores principais é a viabilidade da participação em eventos. O que no momento indica ser difícil.

III Pesquisa Portal Eventos: Impactos do Coronavírus no Mercado de Eventos

O Portal Eventos realizou uma terceira pesquisa junto à 2.800 gestores corporativos, associativos e de agências e organizadoras de eventos, obtendo 213 respostas, sendo 150 completas, perfilando como a indústria MICE²+FDT está reagindo à pandemia COVID-19. A pesquisa foi realizada nos dias 30 de março a 1º de abril, respondida por 89 agências, organizadoras ou promotoras (45,85%) e 74 gestores de eventos corporativos e associativos (33,66%) - (gráfico 01), sendo 43,90% com até 20 funcionários e 21,86% com mais de 500 funcionários, 48,29% são pequenas e médias empresas, 23,9% micro e 27,8% empresas de grande porte (gráfico 02).

Questionadas se aproveitarão as autorizações governamentais para adiar o depósito do FGTS, 42,58% pretendem adiar e 38,06% não adiará (gráfico 04). Em relação ao crédito bancário para financiamento de salário, 35,48% pretende aproveitar essa alternativa; 29,03% responder não ter como obter crédito bancário e a maioria (54,84%) não tem interesse nesse financiamento (gráfico 05).

Questionados sobre como estão procedendo em relação à sua força de trabalho, 12,24% responderam que estar em plena atividade, sem nenhuma alteração em sua relação trabalhista (gráfico 06).

Dentre as demais (87,76%), 60% estão com até 20% de sua equipe trabalhando diuturnamente e 16% com mais de 80% da equipe trabalhando normalmente. A demissão de mais de 80% da força de trabalho representa 5% dos pesquisados, enquanto 82% demitirão menos de 20% da equipe. Consultados sobre a concessão de férias coletivas, 20,46% estão com mais de 70% de sua equipe gozando férias e 15,7% não concederam férias para até 20% de sua força de trabalho. Dado expressivo, mostra que 35,54% das empresas estão com 100% de sua equipe em home office e 17,36% estão com mais de 70% de sua força de trabalho em férias. Finalmente, a adoção de banco de horas, ainda é incipiente (veja gráfico no encerramento desta matéria).

Essa primeira parte da pesquisa parece demonstrar que as medidas adotadas pelo Governo Federal até o momento não estão conseguindo atingir as empresas, seja porque os bancos não estão emprestando, seja devido a seus custos.

As questões seguintes da pesquisa, são especificas sobre a práticas referentes à indústria de eventos. A primeira, sobre cancelamento de eventos (gráfico 07), apenas 0,65% não tiveram eventos cancelados, sendo 43,23% tiveram cancelamento total e para 56,13% os eventos foram adiados. Consultada a série de pesquisas realizadas pelo Portal Eventos, observa-se uma grande movimentação: nos primeiros dias de março, 39% não tinham cancelados eventos; em meados do mês, o índice tinha caído para 3,3% e agora são apenas 0,65%. Curiosamente, os eventos cancelados que eram 51,65% em meados de março, passaram a ser apenas 43,23% dos pesquisados, tendo os eventos adiados subido de 45,05% para 56,13%, uma boa notícia que atende à campanha “não cancele, remarque”.

Para que os eventos voltem a acontecer, um dos fatores principais é o posicionamento sobre a autorização de participação da equipe em eventos. O que no momento indica ser impossível, pois a proibição que era de apenas 14,5%, em meados de março já tinha subido para 86,81%, neste final de mês já atingem 88,29% (gráfico 08 e 09). Enquanto esse indicador não cair substancialmente a realização de eventos corporativos, inclusive feiras e congressos, são inviáveis.

Outro indicador importante da volta à normalidade dos eventos, pode ser observado na questão seguinte. Perguntados quando acreditam que os eventos voltem à normalidade, no início do mês passado apenas 34% apontaram o próximo trimestre (julho/setembro), em meados do mês este índice já era de 52% e agora não 68,38% dos entrevistados. Nesta última pesquisa, detalhamos o mês de retorno á normalidade, tendo 26,45% indicado o mês de julho, 23,87% o mês de agosto e 18,06% apontaram o mês de setembro. O quarto trimestre de 2020 foi indicado por 9,68% e o próximo ano, por 10,97% dos entrevistados (gráfico 10).

Para melhor compreensão do ocorrido, o Portal Eventos fez dois cortes na pesquisa, o primeiro composto pelos Gestores de Eventos Corporativos e Associativos e o segundo pelas Agências de Eventos Corporativos e Associativos (gráfico 11). Sobre cancelamento de eventos, os dois cortes indicaram não haver nenhum evento mantido, sendo que os Gestores tiveram, 51,22% de seus eventos adiados e 48,78% cancelados. Já as Agências apontam menos eventos cancelados (36,36%) e mais eventos adiados (63,64%). Sobre a participação de sua equipe, dos dois segmentos tem comportamento similar, ambos com índice de 87% de vedação.

Tendo em vista a volatilidade que todos vivemos no mundo do Covid-19, o Portal Eventos repetirá a pesquisa nas próximas semana.