Eventos em Itaipu já repassaram mais de R$ 230 mil para instituições de Foz do Iguaçu

Encerramento de uma convenção no Mirante do Vertedouro, nesta quarta-feira (8), rendeu doação de R$ 30 mil para três entidades assistenciais.

Três entidades assistenciais receberam, na manhã de quarta-feira (8), a doação de R$ 10 mil cada uma, valor pago pela Aché Laboratórios Farmacêuticos, que promoveu uma convenção em Foz do Iguaçu e fez o encerramento em uma megaestrutura montada no Mirante do Vertedouro da Itaipu. O “aluguel” do espaço, de R$ 30 mil, foi doado ao Lar dos Velhinhos, ao Centro de Adaptação Neurológica Nosso Canto e à Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida.

Rebecca Montanheiro

Desde 2009, quando a prática da doação do valor do “aluguel simbólico” foi estabelecida, foram realizados dez eventos na Itaipu e arrecadados R$ 230 mil. As empresas foram dos ramos automobilístico e químico, além de dois bancos. Como Itaipu não visa lucros, o valor foi todo repassado às entidades assistenciais de Foz do Iguaçu.

Antigamente, Itaipu não cobrava nada das empresas, mas o nosso envolvimento em um evento como este é muito grande”, afirmou a gerente de Relações Públicas de Itaipu, Rebecca Montanheiro. “Por isso, nós pensamos em como estas empresas poderiam dar uma contrapartida, não para Itaipu, mas deixar um legado para a cidade”.

O repasse é feito por meio do Programa Força Voluntária às instituições escolhidas pelos voluntários. “Estas instituições já têm uma ligação com o programa, nós já conhecemos as necessidades delas”, explicou a voluntária Cristiane Piton, da área financeira da Itaipu. “Muitas já são atendidas pelo Banco de Projetos”, concluiu Piton, em referência à ação que destina recursos a iniciativas das entidades.

Paulo Nigro

O valor não passa por Itaipu, é depositado diretamente nas contas das entidades. Para o presidente da Aché, Paulo Nigro, o repasse é uma oportunidade de a empresa mostrar ser socialmente responsável. “Sabemos que é possível trabalhar para gerar valor ao nosso negócio, aos nossos acionistas, e, ao mesmo tempo, compartilhar este lucro com a sociedade”, considerou.

Turismo de eventos

A convenção da Aché Laboratórios Farmacêuticos, que começou no domingo (5) e teve o encerramento na Itaipu nesta quarta-feira (8), reuniu cerca de 2.500 lojistas em cinco hotéis da cidade. Segundo Paulo Nigro, "Foz do Iguaçu, além de ser um atrativo turístico, é um dos poucos lugares no País com condições de receber um evento tão grande como este".

Só em 2016, foram 69 grandes eventos captados ou apoiados pelo Iguassu Convention & Visitors Bureau (ICVB). No total, 53 mil pessoas estiveram na cidade movidas pelo turismo de eventos. Foram 201 mil pernoites e um movimento financeiro, em todo o Destino Iguaçu, na ordem de 88 milhões de reais.

Em boa hora

Para a coordenadora do Lar dos Velhinhos, Geruza Rocha, a doação veio em boa hora e vai ajudar a entidade a controlar as contas. “Temos muitos gastos com água, luz e remédios. O custo é muito alto”, explicou.

Atualmente, a entidade atende 42 idosos, a maior parte sem família, encaminhados pela assistência social da Prefeitura de Foz do Iguaçu. Eles têm os cuidados de médico, enfermeiro, fisioterapeuta, psicólogo, psiquiatra, nutricionista, assistente social e o pessoal da recreação.

A maior carência dos idosos é por atenção. Todo mundo que quiser pode dar uma passada lá para bater um papo ou jogar um dominó com eles”, convida Geruza. As visitas acontecem todos os dias, entre 14h30 e 17h30. O Lar dos Velhinhos fica na Avenida General Meira, 2100 (telefone: 3527-4014).

Mais crianças

A diretora auxiliar do Centro de Adaptação Neurológica Nosso Canto, Maria Terezinha Tavares, acredita que a doação vai ajudar a entidade a ampliar o atendimento. O local atende 150 crianças e adolescentes com deficiência intelectual, nas áreas da saúde, educação e assistência social.

Estamos fazendo uma ampliação das salas de aula e este valor vai ajudar bastante”, explicou Terezinha. “A demanda é muito grande, mas com esta ampliação poderemos atender mais crianças”, concluiu.

Mudar a visão

Mais de mil pessoas são atendidas diariamente pela Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida (SCNSA), no Porto Meira. São 850 adolescentes nos cursos profissionalizantes, 200 crianças na recreação e outras 200, de 3 a 5 anos, no CMEI Mãe Maria. Além deles, o poliambulatório recebe pacientes do SUS de toda a cidade.

O Papai Noel chegou antecipado este ano”, brincou a irmã Ana Maria Basso, responsável pelo CMEI Mãe Maria. Segundo ela, o valor será usado para a compra de brinquedos e reforma dos armários.

A Sociedade Civil, ligada à Igreja Católica, começou a ser planejada em 1989, quando foram levantados os principais temas que mereciam investimento na região. O local escolhido foi o Bairro Porto Meira, área que nasceu de uma ocupação e ainda hoje sofre com a falta de investimento do setor público.

Queremos mudar a ideia de que o Porto Meira é um bairro de fronteira, um lugar ruim, que precisa ser abandonado assim que você conseguir melhorar de vida”, explicou o coordenador da SCNSA, o frei italiano Gioacchino Santoro. “A cidade precisa ver esta região com outros olhos, investir aqui”, concluiu.

Fonte: Assessoria