Especialista aponta Turismo como saída para a retomada econômica

Para Walter Vasconcelos, ex-diretor de Marketing e Relações Públicas da Embratur, as perspectivas são bastante positivas.
Walter Vasconcelos, ex-diretor de Marketing e Relações Públicas da Embratur

Após mais de uma década em que o turismo brasileiro “mergulhou” na onda dos grandes eventos, o país vive agora uma nova realidade para potencializar a atividade turística diante de um cenário de retomada econômica. Para Walter Vasconcelos, ex-diretor de Marketing e Relações Públicas da Embratur, as perspectivas são bastante positivas. Em sua visão, uma maior atenção ao turismo deve, inclusive, ser um dos motores dessa retomada, como aconteceu em países como Portugal e Espanha.

De acordo com Vasconcelos, um dos motivos desse otimismo para o turismo nacional é a postura do governo em relação às pautas do setor. “O novo governo fez aquilo que era sonhado: colocar o turismo como prioridade ao manter o Ministério do Turismo e Embratur na reforma ministerial. O presidente Jair Bolsonaro já fez várias declarações no sentido de incentivar o turismo nacional e internacional. A ´Frente Parlamentar do Turismo´ no congresso tem sido muito ativa para o alcance de projetos de lei, além dos esforços do Conselho Nacional de Turismo por meio de seus componentes que atuam conjuntamente com a esfera política e privada. O que se espera com isso é que o turismo possa trazer um retorno elevado em número de turistas e receitas para o país”, afirma.

“Quanto mais as forças políticas e privadas trabalharem para favorecer o setor, maior e mais rápido será o retorno econômico. É um grande desafio entre tantas prioridades e reformas em tramitação no governo, mas isso não deve impedir que haja avanço em um segmento econômico tão importante. Nos últimos anos, os países que saíram rapidamente da crise o fizeram, também, por conta da aposta no turismo”, completa Vasconcelos, que destaca a rápida capacidade de geração de emprego e renda que o setor propicia. Ao todo, são 53 atividades que permeiam toda a cadeia turística.

Especialista no segmento turístico, Walter Vasconcelos construiu sua trajetória de décadas como profissional oriundo do Banco do Brasil na gestão de comunicação e marketing passando também pelo ministérios do Turismo, da Cultura, da Saúde, Instituto Tomie Ohtake, Centro Cultural Banco do Brasil, tendo sido eleito Profissional de Marketing do Ano em 2014 pela Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda (Abracomp).

Desafios

Para ele, um dos grandes desafios do Turismo é fortalecer a sinergia entre a promoção pública e a comercialização da esfera privada. Enquanto a primeira é responsável por promover a imagem do país dentro e fora do Brasil ao estabelecer políticas públicas, marcos regulatórios e lidar com questões que facilitem a burocracia que atrasam a atividade turística e a segunda para contribuir para quem vende o turismo, condições que favoreçam o receptivo nacional e ofertem produtos e serviços de qualidade superior ao turista.

“O governo tem a missão de promover o país, mas quem rentabiliza a atividade é a iniciativa privada. É uma parceria necessária inevitável. Nesse sentido, acredito que o trade tem se empenhado muito em esclarecer os novos gestores de que a promoção precisa caminhar lado a lado com a venda. É o caminho para a comercialização e promoção dos produtos turísticos”, diz.

Outros avanços necessários para a ampliação do setor, de acordo com Vasconcelos, passam pela redução de impostos em combustíveis de aeronaves, incentivando a entrada de companhias aéreas estrangeiras no país, a liberação legal de marinas e o desenvolvimento de novos produtos turísticos como a criação de mais parque temáticos e reservas ecológicas. “Ainda temos belezas escondidas e precisamos aproveitá-las, mas é evidente que isso envolve um investimento em capacitação de profissionais e infraestrutura para que não haja prejuízo ambiental. Fernando de Noronha, por exemplo, é um belo exemplo da junção entre turismo e preservação que poderia ser reproduzido em grande escala”, aponta especialista.

Trajetória gratificante na Embratur

Com o fim da Copa América, o Brasil encerra um ciclo de grandes eventos esportivos, mas os ganhos com exposição midiática e, sobretudo, o aprendizado com ações passadas tendem a fortalecer o segmento. Em quase uma década de Embratur, divididas por duas passagens, Vasconcelos esteve à frente de projetos como a promoção para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 e reforça a bagagem acumulada em conhecimento.

Cheguei à Embratur em um começo de uma grande estratégia promocional internacional de longo prazo que trouxe resultados expressivos e prêmios de promoção e marketing. Sempre tivemos um desafio enorme por conta de uma enorme desproporção de orçamento em relação aos concorrentes do próprio continente, além de outras variáveis sob as quais não temos governança, mas acredito que fomos bem-sucedidos em diversos momentos. Para mim, acima de tudo, foi muito gratificante e realizador”, conclui.

Fonte: assessoria