Sebrae, junto a ABAV Expo, apresenta roteiros inovadores de regiões do Brasil

Roteiros apresentados refletem originalidade e fogem do tradicional costumeiro
Ana Clévia Guerreiro, coordenadora nacional do Sebrae de Turismo e Jaqueline Gil durante abertura da 50ª edição da ABAV EXPO

Na última sexta-feira (29), representantes do Sebrae de diversos estados do Brasil se reuniram em um brunch, no hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, para apresentar aos jornalistas de várias regiões do país, seis roteiros turísticos especiais. A iniciativa é uma ação integrada com a ABAV Expo, organizada pela ABAV Nacional.

Ana Clévia Guerreiro, coordenadora nacional do Sebrae de Turismo, Economia Criativa e Artesanato abriu o encontro ressaltando a importância de eventos que valorizem o turismo brasileiro. “Eu amo trabalhar este setor, porque ele permite a inclusão das pessoas do território visitado. Cria-se um espaço para aqueles que não possuem visibilidade, como o turismo comunitário, passando pelos povos quilombolas, as culturas tradicionais e populares. Já ouvi relatos emocionantes de uma pessoa que disse que o turismo o fez se sentir importante. É isso que queremos: fazer as pessoas se sentirem importantes, valorizadas e reconhecidas”.

Admary Monteiro Barbosa, colaboradora do Sebrae Tocantis, trabalha no Jalapão e falou um pouco sobre a Rota Quilombola Jalapão, uma jornada pela cultura e história afro-brasileira. “Esse projeto tem o objetivo de levar o visitante para uma viagem fascinante pela cultura e história negras, em uma das regiões mais ricas do Brasil. Um rota que explora as tradições, lutas e contribuições dos quilombos”, explica.

O Rio Grande do Norte também esteve presente através do Seridó Geoparque Mundial da Unesco, apresentado por Yves Guerra de Carvalho. Trata-se de áreas geográficas únicas e unificadas, onde os locais e as paisagens de significado internacional são gerenciados com um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. “A nossa região tem potencial turístico, criação de empregos e geração de renda. Podemos dizer que o Rio Grande do Norte é um mundo de possibilidades”.

O empresário Paulo Gusmão, do Rio Grande do Sul, apresentou as maravilhas da Costa Doce Gaúcha, que reúne a beleza arquitetônica da imigração ibérica em uma região tocada pela imensidão das águas lagunares e pela costa oceânica, destino de sol e praia consagrados por gaúchos, uruguaios e argentinos. “Descendentes dos imigrantes germânicos diversificam a oferta com os roteiros coloniais e o Caminho Pomerano, em paisagens de rara beleza e forte identidade cultural. A arquitetura e as praias doces e salgadas são o tesouro da Costa Doce. Possuímos muitos produtos consolidados e estamos crescendo cada vez mais, seja na gastronomia, na cultura ou no turismo”.

Conhecido por suas delícias gastronômicas, o Pará mostrou que é possível trazer para o cenário turístico, causas como sustentabilidade e a inclusão da comunidade local. “O nosso roteiro é completo. O turista consegue fazer parte do roteiro, não só passar por ele. O Pará tem cheiro, cor, sabor e calor humano”, afirma a empresária Narmy de Paula. A região tem como destaque um passeio para a Ilha do Combu, que fica a cerca de 32 minutos de barco da Capital do Estado. A ilha é a mais próxima de Belém e é muito conhecida pela produção de açaí e cacau.

O estado do Rio de Janeiro, representado por Tais Araújo, do Sebrae Rio, surpreendeu ao apresentar o projeto Raízes Cariocas. Nele, há 22 roteiros de experiências que tem como objetivo redescobrir o estado. “Queremos mostrar um outro olhar do Rio de Janeiro, sem ser a praia de Copacabana, o Maracanã, o Pão de Açúcar e tantos outros pontos turísticos já tão falados. Vamos voltar um pouco para o Rio Imperial visitando Paquetá, Vassouras, a região serrana como Teresópolis, Quissamã, Casimiro de Abreu e muitas outras cidades que possuem muita história pra contar”.

Com o intuito de dar visibilidade para as cidades rurais de Goiás, a região lançou a Rota dos Pirineus – Queijos e Vinhos de Goiás, formada por Corumbá de Goiás, Cocalzinho de Goiás e Pirenópolis. Os saborosos queijos, vinhos de uvas europeias e os inovadores vinhos de jabuticaba, a rota valoriza os ruralistas e atrai turistas que buscam pelo charme das cidades interioranas. O visitante também pode montar um roteiro personalizado, acompanhar o processo de produção do queijo e participar de degustações.

Planta da 51ª ABAV Expo é apresentada

Os expositores da próxima da ABAV Expo já podem se organizar para escolher o seu espaço na edição de 2024 da feira. Na última sexta-feira (29), foi apresentada a planta do evento que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de setembro, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no Distrito Federal.

"Acabamos de lançar a planta dos expositores da próxima ABAV Expo. É uma planta muito especial para nós, pois nunca fizemos o evento em um espaço como o Estádio Mané Garrincha, que tem se mostrado superpreparado para nos receber. Todas as visitas técnicas que fizemos fez com que nos apaixonássemos pelo local e nos deu a confiança de escolher Brasília como nosso próximo destino", afirma Magda Nassar.

Jornada ESG

Uma das palestras da ABAVTalks desta sexta-feira foi a Jornada ESG: iniciativas nos âmbitos ESG aplicadas aos destinos e negócios do Turismo. Estiveram presentes: Bruno Reis, da EMBRATUR, Ana Clévia Guerreiro, do Sebrae, Sheila Aquino, da FecomércioRJ e Paulo Pires, da Localiza.

Ana Clévia Guerreiro reforçou que ela considera tratar a temática ESG, principalmente no mundo dos negócios, como um fator urgente. “Este tema nos convida a refletir o que fazemos para um mundo melhor. Este é um grande desafio que temos enquanto humanidade. No Sebrae, trabalhamos com pequenos negócios. Nos anos 90, criamos o Sebrae Tech, programa que apoia financeiramente as inovações dos pequenos negócios. Nele, nós subsidiamos 70% para ações ESG e o empreendedor custeia os outros 30%. É importante lembrar que essa caminhada é para todos nós: quem consome e quem empreende, tanto que nos últimos tempos, muitas empresas estão aplicando o seu investimento em negócios que se comunicam com as práticas ESG”.

Sheila Aquino, apresentou o Programa ASG da Fecomércio, que se dedica a impulsionar a sustentabilidade socioambiental, a ética, e a inclusão no comércio de bens, serviços e turismo do Rio de Janeiro. “O nosso compromisso é ser um catalisador de mudanças positivas, promovendo o desenvolvimento de gente e territórios através de nossas casas e parcerias estratégicas, visando um futuro mais justo e sustentável para todos”.

Bruno Reis mostrou que a mudança precisa ser feita, em primeiro lugar, dentro de casa. Ele contou que na EMBRATUR há uma gerência para avaliar as ações internas. Uma delas é o Lixo Zero, que impede a produção de papel dentro da instituição. Outro ponto apresentado por ele foi o fato de que os clientes também já se preocupam e querem saber se o destisno que recebem como indicação de passeio respeita as práticas de ESG. “Acredito que a grande questão que temos que pensar é pra quem que a gente vai ter que prestar conta? Eu entendo que é para o Meio Ambiente”.

Paulo Pires explicou que para a Localiza, no quesito da sustentabilidade, o mais importante é reduzir os gases que colaboram com o efeito estufa. Mas, ele optou por se debruçar sobre a questão social da causa. “Na nossa empresa, temos o grupo de equidade, LGBTQIAPN+, refugiados, e este ano, começamos com o grupo de etarismo. Em breve, a maioria da população do mundo terá mais de 50 anos e essas pessoas precisam ter suporte profissional e de saúde. Também tem a questão das mulheres. Somos um país no qual mais de 50% das pessoas são mulheres, mas isso não se reflete nos cargos de liderança. Estamos trabalhando para mudar isso”.

Palestra Afroturismo

Gabriela Palma, uma das fundadoras do Sou+Carioca, projeto de turismo que revive a cidade do Rio de Janeiro trilhando novos caminhos, reforçando a essência do turismo afro, participou de uma palestra sobre Afroturismo e dividiu seus conhecimentos sobre o tema ao lado de Denise Rodrigues, mestre em Turismo pela USP e Karolynne Duarte, fundadora do projeto Guiadas Urbanas.

Na roda de conversa, Gabriela trouxe a sua visão sobre o que é inovador no setor do Afroturismo. Segundo ela, poder falar de narrativas pretas no mundo já é uma grande inovação. A guia turística ainda lembra que o mercado de Afroturismo segue sendo visto com desconfiança no mundo dos negócios. “Não acreditam que é possível gerar renda com este tipo de turismo. Ele faz dinheiro, mas também não adianta entrar só pelo dinheiro. É preciso estar preparado para contar uma história que ninguém está contando e que não nos foi contada na escola. É preciso fazer com propósito”, explica Gabriela. Denise Rodrigues complementa: “Falar de futuro é falar da resistência preta dentro do turismo. Nós lidamos com memórias, aquelas que a pretensa modernização passou por cima”.

Karolynne Duarte falou um pouco do trabalho desenvolvido pelo seu projeto, um empreendimento de turismo receptivo que desenvolve um negócio social onde o foco é fazer um trabalho de memória e valorização do espaço urbano e periférico da cidade (subúrbio e favela), promovendo Afroturismo, Turismo Cultural Suburbano e de Base Comunitária da cidade.

Apresentamos um Rio de Janeiro além dos cartões postais. Nossa missão desde janeiro de 2013, é desenvolver um novo segmento do turismo que é o turismo cultural suburbano. Neste segmento, trabalhamos os conceitos urbanísticos de subúrbio, favela e suas culturas. Sendo assim, todo passeio turístico acontece com foco nos atributos locais que são resultados de mapas mentais e afetivos do bairro. No fim do passeio, promovemos o contato com a cultura popular”.

Para mais informações, acesse: www.abavexpo.com.br

Fonte: ABAV Nacional